Nesta segunda-feira (13), Lucélia Maria da Conceição Silva foi inocentada pela Justiça da acusação de envenenar duas crianças em Parnaíba (PI). O caso ocorreu em agosto do ano passado, quando os irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel Silva, de 7 anos, morreram após ingerirem cajus supostamente contaminados.
A informação foi confirmada pelo advogado de Lucélia, Sammai Cavalcante e a defesa entrará com ação contra o Estado para ressarcimento por danos materiais.
Uma das vítimas, João Miguel, morreu sete dias após o envenenamento, em 28 de agosto. O irmão dele, Ulisses Gabriel, foi transferido para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e recebeu alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no dia 9 de setembro, mas morreu dois meses após ingerir o veneno.
Lucélia, que era vizinha da família, chegou a ser indiciada por homicídio qualificado, tentado e consumado, mas foi absolvida após a conclusão das investigações. Após a prisão, a casa de Lucélia chegou a ser incendiada por populares.
Em janeiro deste ano, membros da mesma família das crianças também foram envenenados durante o almoço pós-réveillon, que resultou na morte de outras seis pessoas. Uma vizinha também morreu dias depois após tomar café na residência.
Com os novos casos de envenenamento a investigação teve uma reviravolta e Lucélia Maria foi solta, após um laudo não identificar nenhum veneno na fruta. Ela passou 143 dias presa.
Após os novos casos de envenenamento, Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos, foi considerado o principal suspeito dos crimes. Ele é companheiro de Maria dos Aflitos, que é mãe e avó de muitas vítimas. O casal está preso desde o início do ano.
Em setembro o casal passou por audiência de instrução. Em seus depoimentos, Francisco de Assis e Maria dos Aflitos atribuíram a autoria do crime a vizinha Maria Jocilene da Silva, de 32 anos, que também morreu envenenada depois de uma visita na casa da família.
Maria dos Aflitos foi a primeira a depor. Ela afirmou que, na noite do réveillon, a família estava reunida em clima de festa, mas no almoço do dia seguinte começaram os sintomas. Maria informou que uma das filhas preparou arroz, a pedido de Francisco de Assis, que sugeriu reutilizar a comida do dia anterior. Relatou que não almoçou porque estava de ressaca e só percebeu a situação quando encontrou um dos filhos passando mal.
As vítimas foram:
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