Um empregador investigado por submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão pagou R$ 65 mil em indenização por danos morais coletivos. Os valores já foram integralmente quitados. O caso envolveu pelo menos 13 trabalhadores encontrados em situação degradante na Fazenda Paulista, localizada na zona rural de Gilbués, Sul do Piauí.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) iniciou a apuração após denúncias de irregularidades na propriedade, situada entre os municípios de Monte Alegre do Piauí e Santa Filomena. Os trabalhadores haviam sido contratados para a atividade de catação de raízes. Durante a fiscalização, foi constatado que não havia registro em carteira de trabalho, nem fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs).
Os empregados realizavam as atividades calçando apenas chinelos, em jornadas exaustivas que iam das 6h30 às 18h.
As condições de alojamento também foram consideradas precárias e degradantes. O local estava sujo, sem banheiros, refeitório ou camas adequadas. Alguns dormiam em colchões danificados, enquanto outros improvisavam redes. O ambiente apresentava infestação de ratos, e a água consumida era quente e imprópria. As refeições, restritas a arroz e feijão mal preparados, eram feitas no chão, sob árvores — e, em dias de chuva, sob a água.
(Foto: Reprodução)
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