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Agricultura Crédito Rural

Especialistas defendem redirecionar crédito agrícola para ampliar seguro rural no Brasil

Proposta foi debatida em seminário em São Paulo e busca proteger produtores e finanças públicas diante dos prejuízos causados pelas mudanças climáticas.

22/09/2025 às 08h53
Por: Amanda Lafayette Fonte: Agro Estadão
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Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

Especialistas debateram, em seminário sobre gestão de riscos agropecuários em São Paulo, acerca de uma proposta para enfrentar os prejuízos da agricultura brasileira com as mudanças climáticas: reduzir o crédito agrícola e usar os recursos economizados para fortalecer o seguro rural.

O assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Augustin, levantou o questionamento sobre a eficácia do modelo atual. "Os recursos são escassos, mas temos que ver onde aplicá-los", disse, sugerindo que o dinheiro direcionado a grandes produtores via crédito poderia ser mais bem utilizado no seguro, que ainda é pouco usado no Brasil.

O deputado federal Arnaldo Jardim informou que apenas 7,4% da área plantada no Brasil tem seguro, um índice que já foi de 13% e vem caindo. Ele estima que a verba para a safra 2025/26 cobrirá a menor área segurada em uma década.

A ex-ministra e senadora Tereza Cristina reforçou a importância do seguro, não apenas para proteger o produtor e sua capacidade de continuar plantando, mas também para proteger as finanças públicas, já que ele reduz a necessidade de renegociar dívidas em tempos de crise.

O secretário de Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, questionou se o governo federal não poderia realocar os R$ 15 bilhões que, segundo ele, não estão sendo totalmente usados no Plano Safra para o seguro rural.

Guilherme Campos, secretário de Política Agrícola do Mapa, defendeu que o crédito agrícola deveria ser uma responsabilidade da iniciativa privada, enquanto os recursos públicos deveriam ser focados no seguro rural.

O secretário também comentou que o Plano Safra não está com o mesmo desempenho de anos anteriores, em parte devido à taxa Selic de 15%. Ele destacou que programas como o Pronaf (voltado para a agricultura familiar) estão indo bem, mas que o setor de investimento, especialmente em grandes máquinas, deve ser impactado negativamente.

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