A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) concluiu, na última sexta-feira (19), o Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro 2025, com um encontro em Chapecó (SC) voltado à análise dos custos de produção da pecuária de leite.
Realizado em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), o evento reuniu produtores rurais, técnicos da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), sindicatos e lideranças do setor. “Santa Catarina teve o privilégio de receber uma apresentação tão fundamental para o setor”, afirmou José Zeferino Pedroso, presidente da Faesc.
Para Luiz Carlos Travi, presidente do Sindicato Rural de Chapecó, o projeto oferece um diagnóstico essencial para a cadeia produtiva. Já Ronei Volpi, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, reforçou a importância da gestão eficiente: “O futuro do setor está em quem busca conhecimento para fortalecer a atividade”.
O assessor técnico da CNA, Guilherme Dias, lembrou que o Campo Futuro está ativo desde 2007, já passou por todos os estados brasileiros e analisou mais de 1.800 painéis agropecuários. Atualmente, mais de 4 mil insumos são monitorados mensalmente, com apoio de instituições de pesquisa independentes.
Durante a apresentação, Giovanni Penazzi, pesquisador do Cepea, destacou que entre 58% e 70% dos custos da produção de leite estão ligados à alimentação animal, enquanto a mão de obra pode representar até 30% dos gastos. Já Christiano Nascif, diretor da Labor Rural, enfatizou que a rentabilidade depende de eficiência: “Eficiência é produzir mais e melhor com os mesmos ou até menos recursos”, afirmou.
Glauco Carvalho, pesquisador da Embrapa, traçou um panorama do mercado de lácteos no Mercosul e no mundo, apontando que, apesar do aumento na produção, a demanda não acompanha, resultando em queda nos preços e desaceleração do setor.
O produtor Jailson Falkoski, de Dionísio Cerqueira (SC), compartilhou sua experiência com o Senar. Desde que aderiu ao programa ATeG em 2022, sua família aumentou a produção em 82% em três anos. “Nem acreditávamos que seria possível. Estamos muito felizes com isso”, relatou.
Antes de Chapecó, o circuito passou por Rio Branco (AC), Jaguaré (ES), João Pessoa (PB) e Sorriso (MT), abordando diferentes cadeias produtivas, como pecuária de corte, cafés, pimenta-do-reino, cana-de-açúcar e suinocultura.
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