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Economia Agronegóciio

Produção de leite cresce 6,8% no semestre, mas ritmo perde força em 2025

Relatório do Rabobank aponta desaceleração no segundo semestre, com preços em queda e perspectivas moderadas para o setor

04/09/2025 às 08h38
Por: Amanda Lafayette Fonte: Globo Rural
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Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

A produção de leite no Brasil manteve trajetória de expansão em 2025, mas já apresenta sinais de desaceleração após o avanço expressivo registrado no segundo trimestre. De acordo com relatório do Rabobank, assinado pelos analistas Andrés Padilla e Andy Duff, a oferta nacional aumentou 6,8% no primeiro semestre, com destaque para o segundo trimestre, que registrou alta anualizada de 9,3% — o maior crescimento em mais de dez anos.

O desempenho foi impulsionado por margens mais favoráveis aos produtores, reflexo da redução nos custos de insumos como milho e farelo de soja, além de condições climáticas positivas. Porém, o banco projeta moderação no ritmo de crescimento para a segunda metade do ano, com taxa anualizada de 6,2%, em razão da base de comparação elevada de 2024.

Os preços pagos ao produtor, no entanto, seguem em queda. Dados do Cepea mostram que o litro do leite foi comercializado em média a R$ 2,65 em julho, abaixo dos R$ 2,82 registrados em abril, já corrigidos pela inflação. O recuo está ligado ao aumento da oferta, especialmente nos principais estados produtores, mas a demanda mais aquecida tem evitado quedas mais bruscas. O Rabobank revisou sua previsão de crescimento da produção para 2025 para 6,5%.

Segundo o relatório, as perspectivas para o setor de lácteos no segundo semestre continuam positivas, com empresas projetando vendas estáveis ou levemente maiores. A expectativa de consumo mais firme pode ajudar a limitar a pressão sobre os preços, sobretudo no fim do terceiro trimestre e início do quarto, quando a produção sazonalmente mais alta costuma impactar o mercado.

Entre os fatores de atenção, o banco destaca a redução de 6% nas importações e exportações de lácteos entre janeiro e julho, em relação ao mesmo período do ano passado, além dos possíveis efeitos do fenômeno climático La Niña, que deve trazer temperaturas mais baixas e maior pluviosidade no Sudeste e Centro-Oeste.

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