A Igreja Católica tem um novo papa. No início da tarde desta quinta-feira, 8, foi anunciado pelo Vaticano que o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 67 anos, será o 267º pontífice. Ele é o primeiro americano a ser escolhido pela Igreja Católica e era muito próximo de Francisco. O nome escolhido por ele é Leão XIV.
A apresentação do Sumo Pontífice foi feita ao mundo, por volta das 14h10, direto da Sacada da Sala da Bênção da Basílica de São Pedro, no Vaticano, pelo primeiro dos cardeais diáconos, o cardeal Dominique Mamberti. Antes do anúncio, ocorrido uma hora após a fumaça ser expelida, o cardeal caminhou até a beira da saca, fez uma pausa e logo pronunciou o famoso 'Habemus Papam'.
"Anuncio-vos uma grande alegria, temos um Papa: O eminentíssimo e reverendíssimo Senhor, Robert Francis Prevost. Cardeal da Santa Igreja Romana (Bergoglio), Que se impôs o nome de Leão XIV".
Novo papa
Enquanto aguardavam o anúncio, vários dos fiéis levantavam bandeiras de vários países, como Espanha, Argentina, México e Brasil, além de gritar em coro 'olê, olê, olê, olê'. A alegria podia ser vista no rosto de todos os que estavam presentes no local. Com o anúncio, a animação seguiu, com a multidão vibrando e apaldindo.
Logo depois, Leão XIV dicursou para os presentes. Muito emocionado, o novo papa exaltou o legado de Francisco e ressaltou a necessidade de diálogo dentro da igreja.
"A paz esteja com todos vocês. Irmãos e irmãs, caríssimos, essa é a primeira saudação do cristo ressuscitado bom-pastor que deu a vida pelo rebanho de Deus. Eu também gostaria que essa saudação de paz entrasse no coração de vocês, alcançasse a família de vocês e todas as pessoas onde quer que elas estejam, todos os povos, toda a terra, que a paz esteja com vocês", iniciou.
Quem é Leão XIV
Nascido em Chicado, o novo papa era muito próximo de Francisco, que o promoveu a cardeal. De perfil moderado, a escolha dele indica que os cardeiais seguiram a tendência apontada pouco antes do conclave de que o indicato daria continuidado ao legado de seu antecessor.
Como é o processo de votação
O processo de votação, que é o mesmo em todas as sessões, foi presidido pelo cardeal Pietro Parolin, na ausência do decano, Cardeal Re, de 91 anos. Cada cardeal eleitor, em ordem de precedência, depois de ter escrito e dobrado a cédula, irá levá-la para o altar, onde ficam os escrutinadores. Lá, eles dizem em voz alta:
“Chamo como minha testemunha Cristo Senhor, que me julgará, que meu voto é dado àquele que, segundo Deus, considero que deva ser eleito.”
Em seguida, a cédula é colocada em um prato e depois colocada no recipiente. Ao término, ele se curva diante do altar e retorna ao seu assento. Após todos votarem, a sessão passa para o escrutínio.
O primeiro escrutinador sacode a urna várias vezes, para que as cédulas se embaralhem, e depois, o último escrutinador inicia a contagem. Elas são retiradas, uma a uma, da urna e colocadas em outro recipiente. Os escrutinadores se sentam de frente ao altar, abrem as cédulas e o terceiro lê em voz alta (para que todos os eleitores presentes possam acompanhar o processo de votação) e anota o nome lido.
Quando a contagem das cédulas termina, os escrutinadores somam todos votos e os anotam em uma folha de papel separada. O último dos escrutinadores, na medida em que lê as cédulas, as fura com uma agulha no ponto em que a palavra Eligo está localizada e as insere em uma linha, para que possam ser preservadas com mais segurança.
Quando a leitura dos nomes é concluída, as pontas da linha são amarradas com um nó e as cédulas são colocadas em um recipiente ou em um dos lados da mesa. Neste ponto, os votos são contados mais uma vez e, depois de conferidos, as cédulas são queimadas em um fogão de ferro fundido usado pela primeira vez durante o conclave de 1939. Um segundo fogão, de 2005, conectado, é usado para os produtos químicos que devem dar a cor preta no caso de não eleição e branca no caso de eleição.
“Essa foi uma forma encontrada porque, em anos anteriores, a fumaça causava uma certa confusão. Não dava pra entender muito bem se a fumaça era cinza ou se a fumaça era branca. Hoje em dia, geralmente se utiliza alguns produtos químicos. [...] No último conclave, por exemplo, ficou muito clara a diferença da fumaça preta e da fumaça branca”, explica o padre Dayvid da Silva, professor da Faculdade de Teologia da PUC-SP, em entrevista ao Terra.
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