O Ministério da Saúde emitiu um alerta para que estados e municípios reforcem a vigilância e as ações de vacinação contra o sarampo, após a confirmação de 34 casos da doença no Brasil até a Semana Epidemiológica 38, encerrada em 5 de outubro. O aumento das notificações acende o alerta para uma possível reintrodução do vírus no país.
Os estados do Tocantins, Maranhão e Mato Grosso já foram classificados como em situação de surto. Segundo o ministério, nove casos foram importados por brasileiros que retornaram do exterior, 22 tiveram contato com esses pacientes e três apresentaram compatibilidade genética com vírus em circulação em outros países.
Em 2024, a cobertura da primeira dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) chegou a 95,7%, mas caiu em 2025 para 91,2% na primeira dose e 74,6% na segunda — índices abaixo da meta nacional de 95%.
Os casos confirmados no Brasil estão ligados a viagens internacionais, principalmente para a Bolívia, país que enfrenta surtos ativos.
Tocantins: o surto começou em julho, no município de Campos Lindos, após o retorno de quatro brasileiros da Bolívia. A baixa adesão à vacinação facilitou a transmissão.
Maranhão: um caso foi confirmado em Carolina, cidade na divisa com o Tocantins. A paciente é uma mulher de 46 anos, não vacinada, que teve contato com pessoas de Campos Lindos.
Mato Grosso: o surto foi identificado em Primavera do Leste, atingindo três membros da mesma família, também não vacinados, após viagem à Bolívia.
O Ministério da Saúde e o Dieese destacam que, apesar da média nacional estar próxima da meta, ainda existem “bolsões de vulnerabilidade” — regiões onde a vacinação é irregular, favorecendo novos surtos.
No cenário global, o alerta também é preocupante. A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 164.582 casos confirmados de sarampo em 173 países até 9 de setembro. As regiões mais afetadas são o Mediterrâneo Oriental (34%), África (23%) e Europa (18%).
Nas Américas, foram 11.691 casos e 25 mortes em dez países. Canadá, México e Estados Unidos registraram os maiores números, enquanto na América do Sul, há 320 casos na Bolívia, 50 no Paraguai, 4 no Peru e 35 na Argentina.
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