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Estudo reforça importância da vacinação contra Covid-19 em gestantes

Pesquisa mostra redução de até 58% no risco de infecção e menor chance de parto prematuro e morte fetal

01/10/2025 às 08h52
Por: Amanda Lafayette Fonte: Agência Brasil
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Foto: Reprodução
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Um novo estudo, considerado o maior em nível de confiança do tipo “guarda-chuva”, reforça a importância da vacinação contra a Covid-19 em gestantes. A proteção vai além de evitar a infecção na mãe: reduz significativamente os riscos de complicações graves nos bebês, como parto prematuro e morte fetal.

O trabalho foi apresentado no Congresso da Sociedade Americana de Pediatria e liderado por Nikan Zargarzadeh, pesquisadora da Universidade de Harvard. Foram analisados mais de 200 estudos primários entre 2021 e 2023, reunindo dados de cerca de 1,2 milhão de gestantes.

A pesquisa mostrou que a vacina reduz em 58% o risco de infecção pela Covid-19 em grávidas. Além disso, diminui em 34% os partos prematuros, em 25% os casos de morte fetal, em 17% as anomalias congênitas e em 9% as admissões em UTIs neonatais.

A médica Susana Fialho, presidente da Comissão Nacional de Vacinas da Febrasgo, explica por que as gestantes precisam de atenção especial.

"A gestante tem alterações fisiológicas. Há uma modulação do sistema imune para permitir a tolerância ao feto, e essa adaptação faz com que infecções sejam mais graves," explica Fialho. "Ela também consome mais oxigênio e tem uma diminuição da reserva respiratória. Por conta dessas alterações, ela é um grupo de risco para a Covid-19 e deve se vacinar.”

Apesar da comprovação científica, a cobertura vacinal entre gestantes no Brasil segue baixa. Segundo o Ministério da Saúde, apenas 191 mil doses foram aplicadas neste grupo em 2025, menos de 10% do total registrado no ano passado.

O pediatra Juarez Cunha, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, reforça a importância da imunização materna.

"O bebê não pode ser vacinado antes dos 6 meses. Então, a forma de protegê-lo é vacinar a mãe na gestação, que vai fabricar anticorpos e proteger o nenê também," afirma Cunha. Ele lembra que, neste ano, dos 1.125 óbitos por Covid-19 no Brasil até setembro, 39 foram em crianças menores de 2 anos.

Até setembro deste ano, o Brasil registrou 1.125 óbitos por Covid-19, sendo 39 em crianças menores de 2 anos.

Os especialistas reforçam que a orientação dos profissionais de saúde é decisiva para aumentar a adesão. Fialho ressalta que a falta de informação correta é um dos principais motivos da hesitação.

"A gente tem o objetivo de levar informações de qualidade científica para os nossos ginecologistas e obstetras, para que eles possam passar isso de uma forma bem tranquila para as pacientes, para que elas se sintam mais seguras para fazerem as suas vacinas."

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