No mês do Setembro Amarelo, dedicado à prevenção ao suicídio e à valorização da vida, a Secretaria das Mulheres do Piauí (Sempi) reforça a importância da saúde mental como parte fundamental da garantia de direitos e da promoção da qualidade de vida das mulheres. Com políticas que integram autonomia econômica, cuidado, acolhimento e enfrentamento à violência, o órgão vem desenvolvendo projetos que impactam diretamente o bem-estar e a dignidade das piauienses.
Um dos eixos de atuação da secretaria é o incentivo à autonomia econômica, por meio de capacitações que ampliam o acesso das mulheres ao mundo do trabalho e à geração de renda, considerada uma das principais portas de saída para mulheres em situação de violência.
Na Casa da Mulher Brasileira (CMB) de Teresina, a Sempi tem promovido o curso profissionalizante de biojoias, em parceria com uma empresa privada e Seduc, desenvolvido por meio do Programa Mulheres Mil.
Durante o curso, as participantes aprendem a criar biojoias sustentáveis utilizando materiais naturais como sementes, madeiras, conchas, fibras vegetais, pedras brutas e outros elementos orgânicos. A formação também contempla técnicas de design, montagem, acabamento, além de noções de empreendedorismo e comercialização.
A Sempi também avança na construção de uma política de cuidados, que busca a valorização e reconhecimento do trabalho de cuidado, historicamente exercido por mulheres, especialmente mulheres negras e periféricas. A iniciativa está alinhada à construção da Política Nacional de Cuidados, instituída pela lei nº 15.069/2024, que visa promover a divisão justa das responsabilidades domésticas e de cuidado, garantindo às mulheres maior acesso a direitos, autonomia econômica e cidadania plena.
Um exemplo é o projeto para implantar Lavanderias Comunitárias nos municípios de Teresina e Parnaíba que irá promover a geração de renda, reconhecimento social e qualidade de vida, contribuindo para aliviar a sobrecarga mental e física das mulheres. Além disso, será implementado uma Cuidoteca na Universidade Federal do Piauí (UFPI), espaço que irá acolher crianças filhas de estudantes, técnicas administrativas e trabalhadoras terceirizadas da instituição no período das aulas.
No enfrentamento à violência, a secretaria atua de forma integrada com a rede de proteção, oferecendo acolhimento psicossocial e jurídico a mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Uma ferramenta estratégica é o Protocolo “Ei, Mermã, Não se Cale!”, que mobiliza bares, restaurantes, casas de show e eventos para acolher, de forma imediata, mulheres em situação de risco.
A iniciativa inclui a capacitação de equipes, a disponibilização de contatos diretos com a rede de proteção e o funcionamento do canal de ajuda 0800 000 1673, que garante escuta qualificada e encaminhamento para casos emergenciais. Os estabelecimentos que desejam aderir ao protocolo podem enviar um ofício para o e-mail [email protected]
Iniciativas como o podcast “Ei, Mermã, Não Se Cale” também cumprem um papel estratégico na divulgação de informações sobre os serviços disponíveis, fortalecendo o acesso à rede de apoio e incentivando mulheres a romperem o silêncio.
Outro aspecto fundamental é o combate à violência psicológica, que muitas vezes antecede outras formas de agressão. A Sempi defende o acesso a atendimento psicológico e psiquiátrico qualificado, garantindo que mulheres em sofrimento tenham acompanhamento e políticas públicas efetivas para reconstruírem seus projetos de vida.
“Cuidar da saúde mental das mulheres é garantir dignidade, autonomia e qualidade de vida. A Política de Cuidados reconhece as múltiplas jornadas que elas enfrentam e oferece suporte para que esse peso não recaia apenas sobre elas. Fortalecer essa rede de atenção significa prevenir o adoecimento, promover bem-estar e valorizar a vida”, explica Tatiany Alves, coordenadora de Garantia de Direitos e Cuidados para as Mulheres da Sempi.
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