Na Beira Mar de Fortaleza, o trajeto entre o calçadão e a água representa um grande obstáculo para pessoas com deficiência (PCDs). O local carece de esteiras, rampas, corrimãos e outros recursos básicos de acessibilidade. As melhorias são reivindicadas por integrantes do Projeto Remar, iniciativa voltada à inclusão por meio de aulas gratuitas de canoagem.
“Até o calçadão é tranquilo. Depois, não temos uma rampa que leve até a praia. Sempre é preciso uma ou duas pessoas para ajudar. No caso de cadeirantes, é necessário levantar a cadeira e carregar a pessoa no braço, o que já dificulta muito”, explica Elione de Sousa, 42 anos, paratleta e dono de uma escola de canoagem que cede espaço ao projeto.
O problema também é sentido por João Henrique, que acompanha a esposa Patrícia, diagnosticada com Parkinson precoce em 2019, o que comprometeu sua mobilidade e equilíbrio. “Sempre precisa de ajuda, pois sozinho não consigo descer com ela. É perigoso. A descida é íngreme e muito inclinada, e perdemos o controle da cadeira”, relata. Desde que Patrícia perdeu autonomia, João deixou o emprego para cuidar dela integralmente, acompanhando-a em fisioterapias e consultas.
Outra participante, Regina Rezende, 60 anos, perdeu a visão há pouco mais de dois anos em decorrência do diabetes. Antes disso, trabalhava como cozinheira. Assim como outros integrantes do Remar, ela vê nas atividades do projeto não apenas uma oportunidade de lazer, mas também um espaço de superação e convivência.
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