Um estudo do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), vinculado ao Banco do Nordeste, aponta que a sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode reduzir as exportações do Ceará em até US$ 108,8 milhões (cerca de R$ 600 milhões) no próximo ano.
Caso a medida, implementada pelo governo Trump, permaneça em 2026, o impacto poderá ser ainda maior, chegando a US$ 261 milhões (aproximadamente R$ 1,4 bilhão).
O Ceará é o estado nordestino mais afetado proporcionalmente, com uma queda estimada em 16,7% nas vendas para os EUA. Em valores absolutos, a Bahia aparece em segundo lugar, com perdas de US$ 108,3 milhões (12,3% do total exportado).
Ceará – US$ 108,9 milhões
Bahia – US$ 108,3 milhões
Maranhão – US$ 37,4 milhões
Pernambuco – US$ 28,9 milhões
Alagoas – US$ 13,2 milhões
Rio Grande do Norte – US$ 10,4 milhões
Piauí – US$ 6,1 milhões
Paraíba – US$ 5,8 milhões
Sergipe – US$ 2,9 milhões
No total, as perdas para a região Nordeste podem atingir US$ 324,4 milhões em 2025, o equivalente a 11,6% das exportações para os EUA.
Além do impacto direto no comércio exterior, o estudo também projeta efeitos negativos no PIB estadual. O Ceará poderá registrar uma queda de 0,30 ponto percentual em 2025, o maior entre os estados analisados. O relatório ainda alerta para possíveis reflexos no mercado de trabalho e na renda, principalmente em setores intensivos em mão de obra.
O estudo ressalta que esses números dependem da manutenção da política comercial dos EUA e da capacidade de adaptação das empresas nordestinas. Se confirmado, o cenário de 2026 seria quase 2,5 vezes pior que o de 2025.
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