Uma mãe de um adolescente de 14 anos em uma escola de Fortim, Ceará, denunciou que uma professora obrigou seu filho a ingerir uma colher e meia de molho apimentado como forma de 'castigo'. A professora foi afastada após a investigação da Secretaria de Educação local.
O ocorrido se deu em 24 de março deste ano na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio de Tempo Integral Comunitária da Barra. O aluno está recebendo apoio emocional e institucional. A representação da professora informou que ela irá se explicar para as autoridades competentes. A situação está sob investigação pela Polícia Civil.
Conforme a mãe do estudante, ele declarou que recebeu o 'castigo' por ter atirado um pedaço de papel para um amigo, mas o outro menino não conseguiu pegar.
As normas de convivência mencionadas pela mãe referem-se a uma série de práticas que devem ser desenvolvidas dentro da disciplina para promover um melhor relacionamento entre alunos e professores. Segundo a instituição, essa é uma prática normal e orientada pela proposta pedagógica da escola, desde que não envolva punições como a aplicada pela professora.
Segundo a mãe do jovem, que optou por permanecer anônima, os alunos não reportavam as penas por medo. A defesa da professora contestou as alegações. No dia do incidente, o aluno chegou em casa após a aula "assustado e com os olhos vermelhos". De acordo com seu relato, depois de tomar a primeira colher, ele disse um palavrão e, novamente, uma colega sugeriu que ele ingerisse mais molho devido ao xingamento.
"A professora então retirou mais molho de sua bolsa e forçou meia colher de sopa de molho apimentado para ele tomar. Nesse momento, ele começou a se sentir mal, pediu para ir ao banheiro porque estava disposto a vomitar."
Após ouvir o relato do jovem, a mãe contatou a direção da escola. O garoto apresentou febre e enjoo após a ingestão do molho, informou a familiar.
"Em relação ao incidente em questão, em que a professora teria imposto uma punição inadequada a um aluno, cumpre ressaltar que, conforme o art. 227 da Constituição Federal, é direito da criança e do adolescente 'o direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, à convivência familiar e comunitária, à dignidade, ao respeito e à liberdade', sendo vedadas práticas que atentem contra a sua dignidade ou que causem qualquer forma de abuso físico ou psicológico. O Estatuto da Criança e do Adolescente é claro ao afirmar que é dever do Estado, da família e da sociedade assegurar aos menores o direito de 'serem respeitados, tratados com dignidade, e com o direito de não serem submetidos a punições humilhantes ou constrangedoras'. A punição descrita, envolvendo molho de pimenta, claramente configura uma violação desses direitos", disse a escola.
Por sua vez, a Secretaria Municipal de Educação de Fortim confirmou que a profissional foi desligada de sua função.
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