
Na manhã desta quarta-feira (29/10), o Ministério Público do Ceará (MPCE), em parceria com o Ibama e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), cumpriu dez mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva em Fortaleza, Maracanaú, Caucaia, Horizonte, Bela Cruz e Camocim. A ação faz parte da Operação Libertas, mobilização nacional que combate o tráfico de animais silvestres.
Durante a operação, foram resgatadas 111 aves da fauna brasileira, entre elas papagaios-verdadeiros, trincas-ferro, canários-da-terra, sabiás e azulões. Além dos animais, os agentes apreenderam um automóvel, quatro celulares e oito armas de fogo.
Segundo o MPCE, a investigação desarticulou uma rede de tráfico de animais liderada por um dos alvos da operação, que já havia sido preso anteriormente. A partir da análise das mensagens do celular dele, autorizada pela Justiça, foi possível identificar outros integrantes do grupo, que atuavam na captura e venda ilegal de aves, principalmente pela internet.
A investigação mirou uma rede de tráfico de animais liderada por um dos alvos da operação desta quarta. Ele já havia sido preso este ano e, a partir da extração das mensagens do celular dele, autorizada pela Justiça, foi possível chegar aos outros investigados. Eles atuariam na captura e comercialização dos animais, preferencialmente por meio da internet. Segundo o titular da 97ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, Marcus Amorim, a população não pode naturalizar esse crime.
Ação nacional
Em todo o país, a Operação Libertas resultou na prisão de 18 pessoas – sendo 11 em flagrante – e na apreensão de 755 animais retirados ilegalmente da natureza, principalmente aves dos biomas Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, algumas ameaçadas de extinção.
A ação também revelou outros crimes associados, como receptação, falsificação de documentos, maus-tratos, porte ilegal de armas e organização criminosa. No total, foram apreendidos 37 celulares, quatro armas de fogo, 1.230 munições, um veículo, 20 gaiolas, sete armadilhas e três transportadores.
Os animais resgatados foram encaminhados a centros de reabilitação do Ibama e de órgãos estaduais, onde recebem cuidados veterinários. Quando possível, serão devolvidos à natureza; os que não podem ser reintroduzidos permanecem em criadouros conservacionistas ou zoológicos autorizados.
A operação é coordenada pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), por meio do Projeto Libertas, e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A iniciativa conta com apoio da Freeland Brasil e financiamento do Escritório de Assuntos Internacionais sobre Narcóticos e Aplicação da Lei dos Estados Unidos (INL).
(Foto: Reprodução)
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