Quinta, 30 de Outubro de 2025
36°

Parcialmente nublado

Teresina, PI

Meio Ambiente Saúde Global

Alerta: Calor extremo e poluição causam mais de 3 milhões de mortes anuais, diz relatório

Relatório global aponta que óbitos ligados ao calor aumentaram 23% desde os anos 90; no Brasil, mortes por calor cresceram 4,4 vezes e o país perdeu 6,7 bilhões de horas de trabalho.

30/10/2025 às 07h54
Por: Amanda Lafayette Fonte: G1
Compartilhe:
Foto: Reprodução/Fabiano Rocha/Agência O Globo
Foto: Reprodução/Fabiano Rocha/Agência O Globo

Um relatório anual publicado nesta quarta-feira (29) pela prestigiada revista científica "The Lancet" revelou que o calor extremo e a poluição são responsáveis por mais de 3 milhões de mortes todos os anos no planeta. O levantamento, produzido em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), destaca que as ameaças das alterações climáticas à saúde atingiram "níveis sem precedentes".

O estudo mostra que a incapacidade global de conter o aquecimento resultou em um aumento de $23\%$ nas mortes relacionadas ao calor desde a década de 1990, chegando a 546 mil óbitos anualmente. Além disso, cerca de $2,52$ milhões de mortes em todo o mundo foram causadas pela queima de combustíveis fósseis.

Segundo o relatório, $13$ dos $20$ indicadores usados para analisar os riscos climáticos à saúde estabeleceram novos e preocupantes recordes no último ano. Em nível mundial, cada pessoa esteve exposta, em média, a um recorde de 16 dias de calor extremo em 2024.

No Brasil, o cenário é alarmante:

·         Mortalidade: Entre 2012 e 2021, o país registrou uma média anual estimada de $3,6$ mil mortes provocadas pelo calor, um valor $4,4$ vezes maior do que o observado na década de 1990.

·         Força de Trabalho: A exposição ao calor resultou na perda média de $6.786.428.640$ horas potenciais de trabalho, o que representa $51\%$ a mais do que na década de 1990.

·         Seca e Incêndios: A área de terra que enfrenta pelo menos um mês de "seca extrema por ano" aumentou quase 10 vezes, atingindo $72\%$ entre 2020 e 2024. As pessoas no Brasil enfrentaram uma média de $41$ dias por ano classificados como de alto risco de incêndios florestais.

Os termômetros elevados também impactam a saúde física e mental e afetam drasticamente a capacidade de trabalho, a prática de exercício físico ao ar livre e a qualidade do sono.

Apesar dos dados preocupantes, o relatório aponta um caminho: a transição energética. A publicação indica que cerca de 160 mil vidas são salvas anualmente como resultado da produção de energia por fontes renováveis.

O documento reforça a urgência em adotar medidas de mitigação, alertando para as consequências da elevação da temperatura, incluindo o aumento da insegurança alimentar e a ameaça à pesca devido ao aumento da temperatura da superfície do mar nas áreas costeiras do Brasil.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Ele1 - Criar site de notícias