
O início da operação comercial da Ferrovia Transnordestina, previsto para os próximos dias, foi adiado em razão da ausência da licença ambiental definitiva emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Fontes do setor público e da concessionária informaram que a decisão busca evitar autuações e garantir que todas as condicionantes ambientais sejam cumpridas antes da circulação plena de trens de carga.
Segundo representantes da concessionária responsável pelo empreendimento, a infraestrutura física — trilhos, pátios e obras civis — encontra-se em estágio avançado, mas pendências burocráticas e a necessidade de apresentação de estudos complementares sobre fauna, flora e manejo de áreas de preservação retardaram a emissão da licença. Técnicos do Ibama teriam solicitado medidas adicionais de mitigação e um plano de monitoramento ambiental mais detalhado, o que motivou o adiamento.
O governo estadual do Piauí e federal, afirmaram que trabalham em articulação com o Ibama e a concessionária para acelerar a tramitação dos estudos exigidos, sem, contudo, abrir mão de normas ambientais. Autoridades destacaram a importância da ferrovia para escoamento da produção agrícola e mineral da região, mas sublinharam que o licenciamento é condição legal indispensável ao início das operações.
A concessionária informou que os impactos econômicos do adiamento serão avaliados em conjunto com potenciais usuários da ferrovia, incluindo indústrias e cooperativas agrícolas. Medidas temporárias, como o uso de rotas rodoviárias complementares e cronogramas de embarque replanejados, estão sendo negociadas para reduzir prejuízos ao setor produtivo.
Organizações ambientalistas e movimentos sociais saudaram a exigência de cumprimento das condicionantes, reforçando a importância de monitoramento independente e de participação comunitária nas decisões sobre compensações ambientais e uso da terra ao longo do traçado. Lideranças locais pedem ainda que as compensações gerem benefícios diretos às comunidades afetadas, como emprego, preservação de recursos hídricos e recuperação de áreas degradadas.
O adiamento também reacende o debate sobre prazos e eficiência do licenciamento ambiental em grandes obras de infraestrutura no país. Especialistas consultados apontam que a complexidade dos estudos e a necessidade de conciliar interesses econômicos e socioambientais exigem prazos realistas e interlocução permanente entre órgãos ambientais, governo e setor privado.
A previsão atual é que a liberação para operação só ocorra após a apresentação e validação dos estudos complementares solicitados pelo Ibama, seguida da emissão formal da licença ambiental. Autoridades não divulgaram nova data definitiva para o início das operações, afirmando que o cronograma dependerá do cumprimento das condicionantes e da conclusão das análises técnicas.
Moradores das regiões cortadas pela ferrovia acompanham com expectativa as negociações, na esperança de que a operação traga desenvolvimento econômico, sem comprometer recursos naturais essenciais à agricultura e ao abastecimento local.
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