Uma inovação brasileira pode transformar o futuro da agricultura: pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estão desenvolvendo nanopartículas de carbono a partir de resíduos da cana-de-açúcar, com potencial para aumentar significativamente a produtividade dos cultivos.
Com menos de 10 nanômetros de tamanho, essas partículas — chamadas de pontos de carbono — atuam como bioestimulantes, tornando a fotossíntese mais eficiente e fortalecendo as plantas contra os efeitos das mudanças climáticas. A tecnologia foi criada por cientistas do Instituto de Química e das Faculdades de Engenharia Mecânica e Química da Unicamp, utilizando um processo de síntese assistida por ondas, que consome menos energia e pode ser aplicado em larga escala.
A escolha da cana-de-açúcar como matéria-prima se deu por suas propriedades catalisadoras e pela diversidade de grupos orgânicos presentes em seus resíduos. Além de ser funcional e de baixo custo, o processo já está protegido por patente e venceu um concurso de empreendedorismo da universidade.
Segundo os pesquisadores, os pontos de carbono absorvem radiação ultravioleta e emitem luz capaz de proteger as plantas, aumentando sua resistência a eventos climáticos extremos como secas e chuvas intensas. Os testes estão sendo realizados em culturas de soja, milho, cana, feijão e trigo, com expectativa de expansão para outras lavouras.
A proposta também prioriza a segurança alimentar, buscando garantir que o uso da tecnologia seja seguro para animais, plantas e seres humanos. Para isso, o projeto passará por avaliações e registros junto ao Ministério da Agricultura, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária e demais órgãos competentes.
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