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Agricultura Agronegócio

Pequenos agricultores impulsionam produção de melancia no Nordeste e ampliam renda no campo

Segundo IBGE, o Brasil produziu 1,7 milhão de toneladas da fruta em 2023, e boa parte dessa colheita veio da região nordestina.

01/11/2025 às 09h41
Por: Amanda Lafayette Fonte: Redação
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Foto: Reprodução
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A melancia tem se consolidado como uma das culturas mais importantes para a agricultura familiar do Nordeste. De acordo com dados do IBGE, o Brasil produziu 1,7 milhão de toneladas da fruta em 2023, e boa parte dessa colheita veio da região nordestina, com destaque para Bahia, Ceará e Piauí.

Na Bahia, que lidera o ranking nacional de produção, pequenos agricultores têm investido em sistemas de irrigação e melhoramento genético das sementes. O resultado é um aumento constante da produtividade e uma fruta mais valorizada no mercado interno e nas exportações.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Nordeste mantém desempenho positivo também em 2025. No Piauí, por exemplo, áreas irrigadas no Médio Parnaíba e no sul do estado ampliaram a safra e atraem compradores de outros estados. Já o Ceará aposta nas chamadas “minimelancias”, de tamanho reduzido e alto valor agregado, que ganham espaço em supermercados e exportações.

Dados do comércio exterior, compilados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mostram que o Brasil exportou mais de 70 mil toneladas de melancia na safra 2024, com receita superior a US$ 45 milhões. Parte desse volume tem origem em polos produtivos nordestinos voltados à agricultura familiar.

Apesar do bom desempenho, os desafios persistem. A variação de preços nas Ceasas, o custo do transporte e a falta de infraestrutura de armazenamento ainda afetam a renda dos produtores. Mesmo assim, especialistas apontam que o fortalecimento de cooperativas, o acesso ao crédito rural e a assistência técnica têm sido fundamentais para manter o crescimento do setor.

Relatórios recentes da Embrapa indicam que novas cultivares adaptadas ao semiárido e o uso racional da água estão garantindo safras mais estáveis mesmo em períodos de estiagem. A expectativa para 2025 é de manutenção do crescimento e expansão das exportações, reforçando o protagonismo nordestino na fruticultura brasileira.

Fatores-chave do Impulso:

  • Importância Econômica e Social: A melancia possui grande importância social e econômica na região. É uma cultura que pode ser manejada com custos de produção relativamente menores em comparação a outras hortaliças, o que a torna acessível a pequenos e médios agricultores.
  • Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER): Programas de ATER, como os oferecidos pelo SENAR e EMPAER, têm sido cruciais. A orientação desde o preparo do solo até a colheita ajuda os agricultores a melhorar a produtividade e a qualidade do produto, resultando em melhores preços de mercado e maior renda familiar.
  • Tecnologias de Produção: A adoção de tecnologias de baixo custo e manejo simples, como o uso de irrigação localizada e cobertura de solo (ex: palha de carnaúba no Piauí), tem permitido aumentar a produção e garantir colheitas mais consistentes, mesmo em condições climáticas desafiadoras.
  • Adaptação Climática: O clima quente do Nordeste permite o plantio durante todo o ano, com a época ideal (maio a setembro, período de menos chuva) evitando doenças e garantindo um ciclo de produção eficiente.
  • Diversificação de Culturas: A melancia é frequentemente integrada a um sistema de diversificação de culturas, o que oferece uma alternativa de renda e reduz a dependência de um único produto, fortalecendo a segurança financeira do agricultor familiar. 

Impacto na Renda:

O cultivo da melancia tem se mostrado uma atividade rentável. Em muitos casos, os agricultores familiares têm conseguido dobrar o capital investido ou obter retornos financeiros significativos, o que contribui diretamente para a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento econômico das comunidades rurais do Nordeste. 

Essa dinâmica demonstra como o investimento em conhecimento técnico e o apoio à agricultura familiar são motores essenciais para o desenvolvimento sustentável do meio rural na região.

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