

Equipe da Unidade Neonatal do Hias durante o cuidado a recém-nascidos prematuros
“Ver meu filho crescer e receber o cuidado da equipe de saúde é um alívio. Não é fácil ser mãe de um bebê prematuro, ter um filho e não poder levá-lo para casa porque ele ainda precisa de cuidados especiais”, relata Letícia Maia, 21 anos, de Itapipoca, ao lembrar o nascimento do filho Asafe, que chegou ao mundo com 27 semanas de gestação.
A jovem conta que a gravidez era gemelar, mas a irmã de Asafe faleceu sete semanas antes do parto. Após o nascimento, o bebê foi encaminhado ao Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), onde a equipe identificou a necessidade de uma cirurgia cardíaca para fechamento de veias arteriais. “Foi tudo muito rápido. Hoje ele está com 37 semanas, se recuperando e ganhando peso. Agradeço a Deus por cada dia e por cada conquista do meu filho”, afirma.
O caso de Asafe é um entre muitos que passam pelas unidades neonatais do Hias, referência no atendimento a recém-nascidos prematuros e cirúrgicos no Ceará. Em alusão ao Novembro Roxo, período dedicado à conscientização e prevenção da prematuridade, a unidade realiza ao longo deste mês uma programação dedicada à conscientização da prematuridade. A iniciativa promove debates, oficinas e momentos de integração entre profissionais e famílias.

O hospital dispõe de duas estruturas voltadas a esse cuidado: a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), destinada a bebês em estado mais grave, e a Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin), voltada aos que estão em recuperação e permanecem sob acompanhamento até alcançar estabilidade clínica e ganho de peso.
“O ideal é que o bebê nasça entre 39 e 40 semanas de gestação, período chamado de termo completo, quando o desenvolvimento dos órgãos, especialmente pulmões, cérebro e fígado, já está concluído, permitindo que ele respire, se alimente e mantenha a temperatura corporal de forma adequada”, explica Goretti Policarpo, responsável pela Utin.
Para o coordenador da Unidade de Cuidados Intermediários, Fernando Benevides, o vínculo com a família é parte essencial do tratamento. “Aqui, os pais recebem orientações sobre, por exemplo, o método Canguru, que fortalece essa ligação e os prepara para o cuidado após a alta. O essencial é que o bebê vá para casa saudável e em segurança, porque, a partir desse momento, os pais se tornam os principais cuidadores”, afirma.
Desafio vencido
Dez meses após receber alta, Matheus, que nasceu com 690 gramas após 23 semanas de gestação, vive hoje uma rotina tranquila ao lado da mãe, Naisa Reis, agricultora de 25 anos, de Tabuleiro do Norte. “Foi um sonho e um alívio poder trazê-lo para casa. Sinto gratidão a Deus e a toda a equipe que cuidou com tanto zelo do meu pequeno. Foram muitas experiências vividas no Sabin, mas nunca vou esquecer o dia em que pude pegá-lo no colo pela primeira vez, mais de um mês depois do nascimento”, relembra.
O nascimento antes das 37 semanas é classificado em diferentes graus, sendo o de Matheus considerado extremo, devido à imaturidade dos órgãos e sistemas biológicos. “Ver meu filho e não poder trazê-lo para casa era o que mais doía. A todas as mães e pais que vivem o silêncio das UTIs, o som dos monitores e a alegria de cada grama a mais, eu deixo meu abraço. Tenham fé. O milagre chega”, conclui Naisa.

O tema internacional de 2025, “Garanta aos prematuros começos saudáveis para futuros brilhantes”, destaca a importância do cuidado especializado, humanizado e contínuo desde o nascimento até os primeiros anos de vida.
10 de novembro, 8h
Abertura com palestra sobre os desafios da prematuridade, ministrada pelo neonatologista
Marcus Vinícius de Mello, e depoimentos de mães de prematuros.
12 de novembro, 8h
Passeio na Beira-Mar com mães e desfile das mães de prematuros.
14 de novembro, 9h
Oficina Roxos de Amor, com confecção de roupinhas para os bebês.
17 de novembro
Roda de conversa sobre prematuridade (9h) e sessão de fotos temática Roxos de Amor (15h30).
17 de novembro, 15h
Corrida da equipe multiprofissional e piquenique de encerramento na praia.

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