
Uma megaoperação contra o núcleo do Comando Vermelho (CV) no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, deixou ao menos 20 mortos e 81 presos nesta terça-feira (28).
O governador Cláudio Castro (PL) confirmou, em coletiva de imprensa, a morte de 18 suspeitos. Dois policiais também estariam entre os mortos e sete ficaram feridos, bem como três civis, segundo informações do g1. A ação segue em andamento.
Castro também afirmou que a maior parte da operação foi realizada em área da mata, para não afetar os moradores das comunidades. No entanto, vídeos publicados nas redes sociais mostram nuvens de fumaça subindo entre as casas, além da troca de tiros entre os agentes e criminosos.
De acordo com o Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, a operação foi desenhada com antecedência e não teve apoio do governo federal.
"Toda essa logística é do próprio estado. São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem no Rio de Janeiro", disse, destacando que aproximadamente 280 mil pessoas vivem nas áreas afetadas pela operação. "Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada, com inteligência, e que vai continuar", completou.
Operação tem mais de 2 mil agentes
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que esta é mais uma etapa da Operação Contenção, uma iniciativa permanente do governo estadual para impedir o avanço do CV por territórios fluminenses. Ao todo, 2.500 agentes das forças de segurança saíram para cumprir 100 mandados de prisão.
De acordo com o órgão, a ação denunciou 67 pessoas por tráfico e ao menos 3 por tortura. Entre os alvos estão Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, apontado como a principal liderança do CV no Complexo da Penha e em outras comunidades da Zona Oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento.
Segundo o MPRJ, também exercem liderança na associação criminosa Pedro Paulo Guedes, conhecido como Pedro Bala; Carlos Costa Neves, o Gadernal; e Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão.
"Eles emitem ordens sobre a comercialização de drogas, determinam as escalas dos criminosos nas “bocas de fumo” e nos pontos de monitoramento, e ordenam execuções de indivíduos que contrariem seus interesses", diz a nota do órgão (veja na íntegra mais abaixo).
Nota do MPRJ
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), em conjunto com a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE/PCERJ), realiza, nesta terça-feira (28/10), operação para cumprir 51 mandados de prisão contra traficantes que atuam no Complexo da Penha. A ação conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE/PCERJ) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE/PMERJ). Ao todo, o GAECO/MPRJ denunciou 67 pessoas pelo crime de associação para o tráfico, e três homens também foram denunciados por tortura.
A operação é resultado de investigação sobre as principais lideranças do Comando Vermelho no Complexo da Penha. De acordo com o GAECO/MPRJ, por estar localizado próximo a vias expressas e ser ponto estratégico para o escoamento de drogas e armamentos, o complexo de favelas se tornou uma das principais bases do projeto expansionista da facção criminosa, especialmente em comunidades da região de Jacarepaguá. A ação vem na sequência da operação realizada pelo GAECO/MPRJ e pela Polícia Civil no dia 29/09, contra traficantes da mesma facção que dominam a Gardênia Azul e outras localidades da Zona Oeste.
O denunciado Edgar Alves de Andrade, o Doca, é apontado como a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da Zona Oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento — algumas recentemente conquistadas da milícia. Segundo a denúncia, também exercem liderança na associação criminosa Pedro Paulo Guedes, conhecido como Pedro Bala; Carlos Costa Neves, o Gadernal; e Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão. Eles emitem ordens sobre a comercialização de drogas, determinam as escalas dos criminosos nas “bocas de fumo” e nos pontos de monitoramento, e ordenam execuções de indivíduos que contrariem seus interesses.
Além deles, foram denunciados 15 homens que exercem funções de gerência do tráfico, responsáveis pela contabilidade, abastecimento e outras funções. Os outros denunciados, segundo a ação penal, atuavam como “soldados”, realizando o monitoramento e a segurança armada. A denúncia foi recebida e os mandados foram expedidos pelo Juízo da 42ª Vara Criminal da Capital.
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