Uma nova diretriz brasileira de manejo da pressão arterial passa a considerar a aferição 12 por 8 não mais como pressão normal, mas como indicador de pré-hipertensão. O documento foi elaborado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Nefrologia e pela Sociedade Brasileira de Hipertensão.
De acordo com a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, a reclassificação tem como objetivo identificar precocemente indivíduos em risco e incentivar intervenções mais proativas e não medicamentosas no intuito de prevenir a progressão do quadro de hipertensão dos pacientes.
A partir de agora, portanto, para que a aferição passe a ser considerada pressão normal, ela precisa ser inferior a 12 por 8. Valores iguais ou superiores a 14 por 9 permanecem sendo considerados quadros de hipertensão em estágios 1, 2 e 3, a depender da aferição feita pelo profissional de saúde em consultório.
Antes considerados como “normais limítrofes”, esses números agora exigem atenção médica. O objetivo da reclassificação é reforçar a prevenção: nessa fase, sem que a hipertensão esteja totalmente instalada, os médicos devem recomendar mudanças no estilo de vida e, dependendo do risco do paciente, podem até receitar o uso de medicamentos.
Atividade física regular: pelo menos 150 minutos por semana de exercícios aeróbicos, além de treinos de força duas vezes por semana;
Controle do peso: cada quilo perdido reduz, em média, 1 mmHg da pressão arterial;
Alimentação balanceada: redução do sal, aumento do consumo de potássio por meio de frutas e verduras, e adoção da dieta DASH, rica em alimentos naturais e frescos, como frutas, vegetais, leguminosas, cereais integrais, laticínios desnatados, peixes, aves e oleaginosas.
Evitar tabaco e excesso de álcool;
Praticar técnicas de manejo do estresse, como meditação e exercícios de respiração.
No Brasil, outra mudança importante é a meta de tratamento. Até o momento, aceitava-se que manter a pressão a partir de 14 por 9 (140/90 mmHg) era suficiente. A nova diretriz reforça a recomendação: o alvo passa a ser abaixo de 13 por 8 (<130/80 mmHg) para todos os hipertensos, independentemente da idade, sexo ou presença de outras doenças.
Segundo os autores da nova diretriz, o limite mais baixo é fundamental para reduzir riscos de complicações como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. Nos casos em que o paciente não tolera reduções tão intensas, a orientação é buscar o nível mais baixo possível dentro da segurança clínica
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