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Polícia Homicídio

Tratorista é indiciado pela morte de menino morto enquanto dormia no aterro sanitário de Teresina

O inquérito concluiu que a baixa iluminação e a falta de atenção do motorista causaram a morte.

16/09/2025 às 09h40
Por: Amanda Lafayette Fonte: G1
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Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

A Polícia Civil do Piauí indiciou um tratorista de 29 anos por homicídio culposo — quando não há intenção de matar — pela morte de David Kauan Silva da Costa, de 12 anos. O menino morreu na madrugada de 22 de junho, enquanto dormia no aterro sanitário de Teresina.

Nesta segunda-feira (15), o delegado Thiago Damasceno, responsável pelo inquérito, informou que catadores costumam dormir no aterro durante a pausa das atividades, entre 23h e 0h. Após esse intervalo, caminhões e tratores voltam a operar no local.

David não acordou e foi atropelado por um trator. O inquérito concluiu que a baixa iluminação e a falta de atenção do motorista causaram a morte. O exame cadavérico confirmou que as lesões no corpo da vítima eram compatíveis com a esteira do trator. David Kauan morreu de insuficiência respiratória aguda provocada pelas múltiplas fraturas nas costelas após ser atropelado pelo trator.

“Foi uma fatalidade. O tratorista falou que conhecia o menino, era amigo da família. Mas lá é um local de baixíssima luminosidade. E ainda tem a questão da insalubridade, os catadores realmente dormem em qualquer lugar. Ficou constatado que o motorista sabia disso, então poderia ter agido com mais atenção”, explicou Thiago Damasceno.

A Polícia informou que, segundo catadores ouvidos, a falta de controle de acesso e de estrutura no aterro já causou outros acidentes semelhantes. Em alguns casos, veículos passaram por cima de braços ou pernas de catadores.

Em maio de 2019, o catador Antônio Ferreira da Silva, de 42 anos, também morreu após ser atingido por uma escavadeira. Uma catadora que presenciou o acidente denunciou que o motorista tentou esconder o corpo, mas foi impedido por outro trabalhador.

O inquérito da morte do menino David Kauan foi concluído em 28 de julho, um mês e seis dias após a morte. O tratorista responde ao processo em liberdade.

A família de David Kauan contou que ele foi ao aterro escondido para juntar dinheiro e realizar o sonho de comprar uma bicicleta motorizada. Segundo a avó, Maria Albetiza, ele havia pedido para trabalhar no local, mas foi proibido pela mãe.

A mãe do garoto, que trabalha como catadora, acreditava que ele estava dormindo em casa. A avó relatou que David era sonhador, queria ser policial e dizia que daria uma vida melhor à mãe.

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