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Agricultura Etanol e Milho

Matopiba atrai investimentos em usinas de etanol, mas oferta de milho é desafio

Região do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia terá novas indústrias, mas precisará ampliar a produção do grão para atender a demanda

26/08/2025 às 10h23
Por: Amanda Lafayette Fonte: Globo Rural
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Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

A região do Matopiba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — desponta como um dos principais destinos para novos investimentos na produção de etanol de milho no Brasil. No entanto, o avanço das usinas na área esbarra em um obstáculo estratégico: garantir o fornecimento do cereal para abastecer a demanda crescente.

Diferente do Mato Grosso, onde o clima favorece a segunda safra após a colheita da soja, o Matopiba apresenta condições menos propícias para o cultivo no inverno. Isso deverá exigir um fomento direto à produção de milho no verão para sustentar os novos projetos.

Atualmente, a oferta de milho na região ainda supera a demanda local, mas a tendência é que esse excedente seja rapidamente consumido pelas novas indústrias de etanol, caso não haja expansão da produção.

Segundo Lucas Brunetti, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, a estratégia mais viável para as empresas é firmar contratos de fornecimento de longo prazo com produtores ou incentivar o plantio de sorgo na segunda safra, cultura mais resistente ao clima e capaz de substituir o milho nas usinas.


(Foto: Reprodução/Internet)

Na avaliação de Guilherme Theodoro, gerente de crédito do Itaú BBA, os projetos no Matopiba só são viáveis quando preveem um fomento ao cultivo do cereal. Até porque apostar na estratégia de antecipar apenas compras e estocar implica um custo financeiro para carregar esses volumes. Para ele, a oferta de milho menor nessas regiões do que no Centro-Oeste é uma das “barreiras de entrada” de novos investidores.

Além do Matopiba, novos projetos também surgem no Sul do país e em diferentes áreas de Mato Grosso. Até o início da década, a maioria das fábricas se concentrava ao longo da BR-163, pela facilidade logística. Agora, os investimentos avançam para regiões como o Vale do Xingu.

A expansão das usinas deve ampliar a oferta de etanol em estados onde o consumo ainda é pequeno. Segundo Brunetti, a produção nesses locais será voltada principalmente para o etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, que passou a 30%.

No Rio Grande do Sul, a produção adicional deve se concentrar exclusivamente no anidro. Já em outros estados, haverá também produção de etanol hidratado, o que pode fortalecer a competitividade do biocombustível localmente ou direcionar o excedente para mercados de maior consumo.

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