A secretaria extraordinária e presidência da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) anunciou, nesta sexta-feira (22), a criação de uma força-tarefa para enfrentar a crise provocada pelo alto custo das hospedagens em Belém (PA) durante o mês de novembro.
“Nós estamos atentos e conscientes das preocupações dos países, nós precisamos naturalmente que todos os países consigam vir para a COP, consigam resolver seus problemas de acomodação, então nós anunciamos uma força-tarefa”, declarou o presidente da COP30, embaixador André Correa do Lago.
A princípio o trabalho será concentrado na oferta aos 72 países integrantes dos grupos dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, na sigla em inglês) e Países Menos Desenvolvidos (LDCs, na sigla em inglês), para posteriormente ser expandido às demais delegações.
Segundo com Valter Correia, secretário extraordinário da COP30, até o momento, 47 delegações confirmaram a participação com o pagamento das reservas de hospedagem, sendo 39 por meio da plataforma oficial e oito (Arabia Saudita, Egito, Espanha, Japão, Noruega, Portugal, República Democrática do Congo e Singapura) negociadas diretamente com a rede hoteleira ou outras plataformas.
As informações foram divulgadas após uma reunião com o Bureau da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), onde alguns países apresentaram questionamentos sobre a organização para a conferência global.
(Foto Reprodução/Fabio Rodrigues Pazzebom)
Um dos pedidos feitos pelos países foi que o Brasil concedesse subsídio para as hospedagens das delegações, mas a secretária-executiva da Casa Civil da Presidência da República, Miriam Belchior, rejeitou a proposta.
“Não há como subsidiar delegações de países, inclusive delegações de países mais ricos que o Brasil”.
A secretária reforçou que todos os demais planos operacionais de segurança, saúde e transporte estão alinhados ao andamento esperado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a expectativa é que a parte de acomodação seja resolvida por meio desse esforço que atuará com cada um dos 190 países que demonstraram interesse em participar.
“Nós acreditamos que boa parte dos países estava esperando essa reunião para seguir para o passo seguinte das reservas, então a gente acredita que com esses encontros bilaterais que faremos a gente vai conseguir destravar esse primeiro lote de reservas e a confirmação dos países”.
De acordo com os organizadores, alguns ajustes serão promovidos imediatamente para assentar as demandas à oferta da plataforma da COP30, como o desmembramento de blocos de acomodação que cubram períodos menores de diárias.
A secretária esclareceu ainda que o governo fez a contratação de transatlânticos para o período oficial da COP30, mas caso haja extensão do período de negociações, as delegações em navios serão remanejadas para a rede hoteleira disponível.
“Entendemos que os cinco primeiros dias da COP serão o pico de acomodações, depois, a tendência é diminuir”, diz Miriam.
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