No Dia da Consciência Negra, o Programa Educar para Respeitar, desenvolvido pela Secretaria da Educação (Seduc), celebra avanços importantes na construção de uma educação antirracista. Desde seu lançamento, em 2023, o programa vem implementando ações voltadas à promoção da equidade racial, valorização da diversidade e combate ao racismo na rede pública estadual de ensino.
Criado sob a gestão do secretário da Educação, Washington Bandeira, o programa alinha-se às diretrizes do Governo do Estado e busca transformar as escolas em espaços de inclusão, respeito e valorização das culturas afro-brasileiras e indígenas. “Nosso compromisso é criar ambientes escolares que reflitam a história e cultura das populações afrodescendentes e indígenas, reduzindo desigualdades e fortalecendo a equidade racial”, destacou o gestor.
Baseado em pilares que abrangem a redução de desigualdades raciais, sociais e de gênero, o Educar para Respeitar também atua na formação de professores e gestores. Em seu primeiro ano, capacitou cerca de 1.800 servidores, preparando-os para implementar práticas pedagógicas antidiscriminatórias.
Coordenadora pedagógica na Escola Família Agrícola, localizada no município de Eliseu Martins, Rilsa Araújo conta o impacto que a formação tem na construção de espaços mais acolhedores para os alunos, dentro da escola. “O trabalho de formação antirracista nos permite enxergar a urgência do tema. Percebemos que, ao tratar dessas questões de forma mais consistente e permanente, os estudantes se sentem mais valorizados e com maior representatividade. Como se encontrassem na escola um lugar de apoio para vencer os preconceitos e as barreiras impostas pela sociedade”, afirma a docente.
Ferramentas para conscientização
Uma das principais iniciativas do programa foi o lançamento da cartilha “Orientações para Educação das Relações Étnico-Raciais”, que orienta professores, estudantes e a comunidade em geral sobre o combate ao racismo e a valorização da diversidade. Disponível no site da Seduc ( www.seduc.pi.gov.br ), a cartilha está em fase de distribuição impressa para as escolas da rede estadual.
Estudante da 2ª série do ensino médio no Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Zacarias de Góis, o Liceu Piauiense, Jhonata Silva é um dos sensibilizados pelo modelo antirracista da iniciativa. Para ele, as questões levantadas pelo programa abriram novas perspectivas de valorização da sua origem e história. “Hoje percebo que tenho orgulho de ser negro, tenho um orgulho do meu cabelo e sei que tenho que lutar por isso. Me tornei uma pessoa que luta contra o preconceito, que fica atento a qualquer tipo de piadinha maldosa, qualquer ato de racismo, seja estrutural, ou até mesmo que se manifeste por atitudes ou palavras”, relata o aluno.
Além disso, o programa criou o Comitê Educar para Respeitar, que supervisiona a aplicação das leis 10.639/03 e 11.645/08. Essas legislações tornam obrigatórias o ensino da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena na educação básica, fortalecendo o papel da escola na construção de uma sociedade mais consciente e antirracista.
Valorização da identidade e equidade
Entre as próximas etapas, o programa vai trabalhar, pelo segundo ano consecutivo, uma campanha de autodeclaração de raça/cor para os estudantes da rede estadual. Essa ação busca fortalecer a identidade racial dos alunos e embasar políticas públicas voltadas à equidade no ambiente escolar.
Washington Bandeira reforça que o Educar para Respeitar é uma iniciativa contínua e estratégica. “Estamos construindo um legado para futuras gestões, integrando as pessoas em uma educação verdadeiramente plural e antirracista. É um trabalho que exige continuidade e compromisso”, afirmou o secretário.
Compromisso com a transformação
Com um ano de impacto positivo, o Programa Educar para Respeitar demonstra que a escola é um espaço central para a transformação social. “Por meio de ações concretas, a Seduc reafirma seu compromisso com a construção de um ambiente educacional que combata o racismo, valorize a diversidade e promova a equidade para todos os estudantes. No Dia da Consciência Negra, o programa celebra suas conquistas e reforça a necessidade de manter viva a luta por uma sociedade mais justa e inclusiva”, finalizou o secretário.
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