A força econômica do setor sucroenergético brasileiro como produtor de açúcar, etanol e bionergia, e a relevância do segmento para promoção da descarbonização das cadeias globais de valor foram os principais temas na segunda-feira (23) da abertura da Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, realizada anualmente na capital paulista, para debater o futuro do setor sucroenergético.
A cerimônia teve a participação do secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai , que representou o governador Tarcísio de Freitas.
Durante sua fala, o secretário destacou a criação de um Plano Safra Estadual por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). “No ano que vem, teremos crédito disponível para alavancar o agro paulista”, explicou Piai para os mais de 60 especialistas, entre moderadores e palestrantes de vários países, que participaram do evento para abordar as questões mais imediatas do setor canavieiro.
O secretário de Agricultura anunciou ainda que São Paulo vai liderar o processo de transição energética no país, que prevê a passagem de uma matriz focada nos combustíveis fósseis com baixa ou zero emissões de carbono, baseada em fontes renováveis. “Temos orgulho do setor sucroenergético paulista e São Paulo tem potencial. Uma das metas do governo paulista é valorizar os recursos naturais”, disse Guilherme Piai.
Na ocasião, a Datagro divulgou sua primeira estimativa de safra, que prevê recorde de produção de açúcar no centro-sul do Brasil, com 42,6 milhões de toneladas. Já a previsão da moagem de cana está estimada em 620 milhões de toneladas, ante o recorde de 624,5 milhões de toneladas registrado na safra anterior.
Vale lembrar que o setor sucroalcooleiro teve novamente a maior participação dentro das exportações do agronegócio paulista, de 35,3% , uma alta de 24,7% em valores e de 5,4% em volumes de vendas externas.
Os números, referentes ao período de janeiro a setembro deste ano, foram apresentados pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, com base nas pesquisas do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.
Esse avanço decorre da alta das exportações do açúcar (28,2% em valores e 4,5% em volume), além da valorização de 22,5% no preço médio da commodity no período. Já para o álcool (etanol), os embarques apresentaram elevações de 16,1% em volume e de 5,7% em valores.
O complexo sucroalcooleiro totalizou US$ 7,23 bilhões em exportações, sendo que o açúcar representou 86,9%, e o etanol, 13,1%. Os principais compradores foram: China (11,3%), Nigéria (7,0%), Marrocos (6,1%), Índia (5,6%), Arábia Saudita (5,5%), União Europeia (5,1%), Bangladesh (5,0%), Coreia do Sul (4,7%), Argélia (4,4%) e Estados Unidos (4,3%).
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