
Antes destinada apenas ao consumo próprio ou à venda nas comunidades, hoje a produção da agricultura familiar tem novos destinos. A ação de feiras da Quitanda da Agricultura Familiar, projeto desenvolvido pela Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), com o objetivo impulsionar a comercialização dos produtos, expandiu sua atuação em 2025, quando foram realizadas cerca de 300 feiras, com um faturamento de mais de R$ 1 milhão.
A iniciativa reúne produtores, cooperativas e associações rurais. A ação contribuiu diretamente para o aumento da renda de agricultores familiares no Piauí. Os dados do projeto apontam que, em média, cada produtor fatura R$ 300 por feira, podendo chegar até R$ 1.000.

E além da comercialização de produtos do campo, o projeto também incentiva o consumo de alimentos frescos e saudáveis.
O diretor de Inovação da SAF, Tiago Patrício, destaca que o ano foi de crescimento, tanto em vendas quanto na expansão da presença da Quitanda da Agricultura Familiar no estado, que agora tem atuação, além da capital, em cinco municípios do interior.
“Em 2025, a iniciativa completou três anos e a evolução é constante. No mês de novembro, conseguimos ultrapassar um milhão de reais em vendas, resultado da assertividade e da capacidade de negociação da agricultura familiar. Este ano abrimos cinco novas franquias em parceria com prefeituras, sindicatos rurais e cooperativas do interior. Já estamos presentes em Piripiri, São João do Arraial, Piracuruca, Altos e Domingos Mourão”, relata o gestor.

Além do interior, a Quitanda realizou em Teresina diversas feiras em empresas, condomínios, supermercados e também em instituições de ensino, como a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e a Universidade Estadual do Piauí (Uespi). O projeto também inaugurou duas lojas fixas em Teresina, uma na sede da Secretaria da Agricultura Familiar e outra instalada na Casa dos Movimentos Sociais, em parceria com a Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol).

Até julho do próximo ano, o objetivo é duplicar a atuação no interior, com uma parte maior no sul do estado, sendo 10 no sul e três no norte. O projeto Quitanda também segue ampliando parcerias com lojas e redes de supermercados, como a Rede Carvalho Super e outros estabelecimentos de menor porte.

Raimunda Aguiar é agricultora da Serra do Gavião e participa do projeto há dois anos da Quitanda. Ela conta que o projeto tem sido essencial para melhorar sua renda e dar continuidade à produção familiar.
“Eu levo limão, folhagem, massa de goma fresca e seca, caju, mamão, abacaxi e doces. Esse projeto me traz uma renda muito boa. Ainda não consegui comprar meu carro, mas vou conseguir com esse trabalho. Agora estamos em um período mais seco, mas tentamos plantar coisas diferentes. Minha produção funciona assim, eu planto um pouco de cenoura, planto uma coisa ou outra. Não é em muita quantidade como um grande produtor, mas quem sabe um dia eu chego lá. Estou na Quitanda há dois anos e só tenho a agradecer. Para mim é muito bom”, disse a produtora.

Outro produtor que reforça a importância da iniciativa é Jailson Santos, de São Miguel do Tapuio. Ele vende mel e derivados nas feiras realizadas pelo projeto. Participante da Quitanda há seis meses, ele relata que a iniciativa trouxe mais visibilidade para sua produção.
“A Quitanda tem dado um apoio gigantesco na parte de divulgação e comercialização dos nossos produtos. Tudo é desenvolvido e produzido pela nossa família, minha esposa, eu e um primo que ajuda nos cuidados. Nossa produção de mel é feita na zona rural, e realizamos as colheitas entre dezembro e, às vezes, março, dependendo do clima. Comercializamos durante todo o ano e produzimos cera, própolis, mel, cosméticos e velas artesanais. Com a Quitanda, tudo isso tem melhorado bastante”, afirma o agricultor.

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