
O ano de 2025 marca um capítulo inédito na educação pública do Piauí. O programa “Do Piauí Para o Mundo”, implementado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), vive a maior expansão desde sua criação e consolida o Estado como referência nacional em internacionalização estudantil.
Com 9 mil estudantes inscritos, número seis vezes maior que o registrado no ano anterior, e a ampliação expressiva dos países parceiros, o programa mostra o crescente interesse de alunos e professores da rede pública estadual por experiências internacionais voltadas à ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo.
Ao todo, 130 estudantes e 26 professores foram enviados ao exterior em 2025, mais que o dobro do ano anterior, em uma verdadeira ponte global que conecta as escolas de tempo integral do Piauí às melhores práticas educacionais do mundo.

Segundo o secretário da Educação, Washington Bandeira, além da ampliação de participantes, o programa também dobrou o número de destinos: de três países em 2024 (Estados Unidos, Coreia do Sul e Austrália) para seis em 2025, com a inclusão de Portugal, China, Alemanha e, em janeiro de 2026, Singapura, país reconhecido por possuir o melhor sistema educacional do planeta.
“Esse programa é mais que uma viagem de estudos. É um divisor de águas na vida de cada um desses estudantes e no futuro da nossa educação. É a política pública mais transformadora que temos hoje no Piauí. A escola pública agora tem passaporte carimbado rumo ao futuro”, afirma o gestor.

Sonhos que atravessam fronteiras
Filha de trabalhadores rurais de Bertolínia, no sul do Estado, Aurélia Cristina é um dos rostos por trás dos números. Aos 18 anos, a aluna do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Florisa Silva concluiu o Ensino Médio embarcando para uma temporada de estudos em Xiamen, na China, onde participou de uma imersão em Inteligência Artificial no IDEA Center, um dos maiores polos de IA do mundo. “Meus avós sustentaram nossa família trabalhando na roça. Eu nunca pensei que teria essa oportunidade estudando em uma escola pública do interior do Piauí. A educação mudou minha vida”, diz Aurélia, emocionada.

Na China, os estudantes piauienses conheceram as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) desenvolvidas por cientistas locais e participaram de workshops que envolvem programação, robótica e análise de dados. A imersão é apenas uma das experiências proporcionadas pelo programa.

Nos Estados Unidos, os alunos vivenciaram o cotidiano escolar da Framingham High School, em Massachusetts, e participaram de um curso de empreendedorismo no renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde desenvolveram projetos com potencial de aplicação em suas escolas de origem.

Protagonismo e impacto nas escolas
De volta ao Piauí, os estudantes trazem na bagagem mais do que lembranças. Em Paulistana, Tauísne Silva voltou decidida a aplicar o conhecimento adquirido durante o intercâmbio. Ao lado dos colegas, criou um projeto de reaproveitamento de água para a horta escolar, filtrando o líquido descartado com camadas de areia, carvão e brita.
“Esse projeto representa o que vivemos lá fora: pensar soluções e agir como protagonistas. Vamos transformar a nossa escola, o Ceti Paulistana, com o que aprendemos”, conta Tauísne, pontuando que a ideia é reduzir desperdício, promover sustentabilidade e garantir alimentos frescos para os alunos.
Em Batalha, no norte do Estado, o Ceti Conselheiro Saraiva incorporou à sua rotina a plataforma Livrotech, idealizada por alunos intercambistas da primeira edição do programa. Trata-se de um sistema digital de gestão de bibliotecas que estimula a leitura e a organização de acervos com acessibilidade para pessoas com deficiência visual. “O diferencial é a gamificação. Os alunos acumulam pontos por leitura e bons resumos. É engajamento puro”, explica o professor Mayke Lombardo, tutor do projeto.
Caminho de excelência
A jornada até o intercâmbio começa dentro da escola. Para conquistar uma vaga, os estudantes participam de desafios criativos, como maratonas de programação, jogos digitais e projetos de empreendedorismo. Também são avaliados pelas notas em disciplinas como Linguagens e Matemática. Quem se destaca nessas atividades é premiado com a chance de viver a experiência internacional, com todas as despesas custeadas pelo Governo do Estado.

Além dos destinos já citados, em 2025 também foram realizados intercâmbios para Portugal, onde os estudantes visitaram centros de inovação e instituições acadêmicas em Lisboa e Porto; para a Alemanha, com foco em sustentabilidade e energia limpa; e para a Coreia do Sul, onde os jovens tiveram contato com laboratórios de ponta em cidades como Seul e Busan.

Em janeiro de 2026, o último grupo embarca para Singapura, referência mundial em qualidade educacional, onde participarão de atividades de imersão tecnológica, oficinas maker e visitas a centros de formação técnica e científica. “Seguimos com foco em preparar nossos jovens para os desafios da nova economia digital. Queremos que o estudante da escola pública piauiense ocupe espaços de liderança, onde quer que esteja. Nosso grande objetivo é garantir oportunidade de verdade para os estudantes de todo Piauí ”, reforça Washington Bandeira.
Meta para 2026
Com dois anos de execução, o programa já impactou diretamente 185 estudantes e 37 professores. Para 2026, a meta do Governo do Estado é ousada: ampliar o número de intercambistas para 300 alunos, incluir mais dois novos países parceiros e consolidar o programa como uma política de Estado permanente, garantindo acesso contínuo e estruturado ao ensino internacionalizado.
De acordo com a Seduc, mais do que uma iniciativa de governo, “Do Piauí Para o Mundo” se consolida como um caminho real de transformação social, aproximando estudantes da rede estadual das oportunidades globais e mostrando que, com investimento, planejamento e coragem, o futuro começa agora.
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