
A imunização contra a dengue no Brasil terá como protagonista um município da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Maranguape, a cerca de 27 km da capital, é uma das duas cidades brasileiras que terão a vacinação do público geral “acelerada” para barrar a arbovirose.
Em todo o País, a aplicação da nova vacina contra a dengue – a primeira de dose única do mundo, e totalmente nacional – será iniciada em 2026, priorizando grupos de risco, como profissionais de saúde e pessoas de maior faixa etária. Em Maranguape, porém, a população em geral vai receber a dose de forma mais rápida.
A cidade cearense e a paulista Botucatu (SP) foram escolhidas como campos de avaliação da efetividade e do resultado da vacina na dinâmica de proliferação da dengue. A ideia do Ministério da Saúde (MS) é entender qual o impacto da imunização em massa dos habitantes de cada cidade no controle da arbovirose.
“Estudiosos apontam que se chegarmos a 40% de vacinação de uma população na cidade, é possível que haja controle da dengue na localidade. Vamos avaliar isso nessas duas cidades. É um plano que está sendo construído”, afirmou Padilha.
Maranguape foi escolhida, segundo ele, por dois motivos. “Primeiro, a qualidade do trabalho da Vigilância de Saúde do Ceará, que tem uma relação forte com pesquisadores. Segundo, queremos avaliar a aceleração da vacinação numa cidade onde não houve grande circulação da dengue tipo 3.”
Já a cidade paulista de Botucatu foi escolhida devido à experiência positiva de vacinação em massa contra a Covid-19, em 2021. Com a estratégia, o Ministério da Saúde terá “um balanço e comparação importante entre duas realidades decisivas”.
Maranguape tem pouco mais de 105 mil habitantes, conforme o Censo do IBGE de 2022. Botucatu contabiliza 151 mil moradores. A nova vacina, contudo, será aplicada inicialmente na população entre 15 e 59 anos.
A secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho, reforça que a escolha de Maranguape para integrar a fase de aceleração da nova vacina contra a dengue “representa um avanço importante no enfrentamento da arbovirose e no fortalecimento das ações de prevenção, com foco na proteção da população”.
(Foto: Reprodução/ Antonio Cruz/Agência Brasil)
Nova vacina da dengue
O novo imunizante contra a dengue, 100% nacional, foi desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com Ministério da Saúde e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A eficácia global na população de 12 a 59 anos é de 74,4%.
Isso significa que cerca de 74% dos casos da doença foram evitados entre pessoas vacinadas. Além disso, “90% não tiveram sinal grave de dengue, e ninguém precisou ser hospitalizado. É uma grande arma”, complementa o ministro da Saúde.
Conforme o MS, a Anvisa aprovou o uso da vacina em pessoas na faixa etária de 12 a 59 anos, mas “o perfil pode ser ampliado pelo Instituto Butantan após novos estudos”. O próximo estudo vai avaliar a segurança de aplicação em idosos. A expectativa é expandir o acesso à vacina em 2026.
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