
O leite de jumenta começa a se destacar como uma alternativa promissora para diversificar e fortalecer a pecuária leiteira no Brasil. Com composição nutricional semelhante à do leite humano e propriedades hipoalergênicas, o produto desperta grande interesse em mercados europeu e asiático, onde pode alcançar valores entre 30 e 50 euros por litro. Essa característica o torna especialmente indicado para crianças com intolerância às proteínas do leite de vaca, abrindo espaço para nichos especializados em alimentação infantil e produtos funcionais.
Além do setor alimentício, o leite de jumenta também vem ganhando relevância na indústria cosmética. Rico em vitaminas A, B1, B2, C e E, minerais e compostos bioativos, ele é utilizado na fabricação de cremes, sabonetes e loções que promovem hidratação, elasticidade e regeneração da pele. Essa tendência acompanha o crescimento do consumo de cosméticos naturais, especialmente na Europa e na Ásia, onde já é considerado ingrediente premium.
A asininocultura, no entanto, não se limita ao leite. A pele dos animais pode ser aproveitada para a produção de biofármacos, colágeno e gelatina, insumos valorizados pelas indústrias farmacêutica e alimentícia. Há também iniciativas voltadas ao turismo rural, com experiências ligadas à produção artesanal do leite, fortalecendo a economia local e ampliando as fontes de renda para pequenos produtores.
Pesquisas avançam ainda mais no campo da saúde. Estudos realizados em Pernambuco avaliam o uso do leite de jumenta em UTIs neonatais, devido às suas qualidades terapêuticas. O rigor no processo produtivo, que envolve rebanhos controlados, vacinação e padrões de ordenha e pasteurização, reforça a expectativa de que o alimento seja liberado para uso hospitalar já em 2026, seguindo modelos internacionais como o da Itália.
Combinando inovação, sustentabilidade e alto valor agregado, o leite de jumenta desponta como vetor de desenvolvimento para o agronegócio brasileiro. Além de atender demandas específicas de saúde e beleza, a atividade se encaixa na lógica da economia circular, aproveitando subprodutos para biogás, adubo e farinha de carne e ossos. Se as projeções se confirmarem, o Brasil poderá consolidar nos próximos anos uma nova cadeia produtiva marcada pela diversificação e pela geração de renda no campo.
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