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MPRJ denuncia novos PMs por crimes durante a Operação Contenção

Seis policiais do Batalhão de Choque são acusados de peculato, violação de domicílio, roubo e insubordinação; já são nove PMs denunciados por irregularidades registradas por câmeras corporais.

03/12/2025 às 10h32 Atualizada em 03/12/2025 às 10h48
Por: Amanda Lafayette Fonte: Agência Brasil
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou novas denúncias contra policiais militares do Batalhão de Choque por crimes cometidos durante a Operação Contenção, realizada em 28 de outubro na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. A ação resultou na morte de 122 pessoas, incluindo cinco policiais. As acusações, divulgadas nesta segunda-feira (1º), têm como base imagens das câmeras operacionais portáteis (COPs) usadas pelos agentes.

Novas denúncias

Desta vez, seis PMs foram denunciados pelos crimes de peculato, violação de domicílio, constrangimento ilegal, roubo e recusa de obediência a ordem superior.

De acordo com as investigações, os policiais arrombaram o portão e portas de duas casas usando um alicate, entraram sem autorização, reviraram os cômodos e constrangeram um morador a permanecer sentado sob ameaça enquanto vasculhavam o imóvel.

O grupo também roubou um celular e um fuzil abandonado por criminosos em fuga. As imagens mostram discussões sobre desmontar e esconder a arma, além de tentativas de ocultar ou obstruir as câmeras, contrariando ordens do comando da PM.


(Foto: Reprodução/ REUTERS/Ricardo Moraes)

Violação de domicílio

Em outra denúncia, um sargento do Grupamento Tático de Ações Rápidas foi acusado de violação de domicílio e insubordinação por entrar em uma residência sem autorização judicial ou consentimento dos moradores.

Segundo o MPRJ, “durante toda a atuação, descumpriu deliberadamente a determinação legal de manter a câmera corporal em funcionamento contínuo em área sensível, como previsto na Lei Estadual nº 9.298/2021 e na Instrução Normativa nº 084/2025 da PMERJ. Conforme apurado, ele tentou retirar a bateria e removeu o equipamento do corpo em pelo menos dez ocasiões, posicionando a COP fora do campo de ação policial e impedindo o registro de aproximadamente cinco horas de operação.”

Balanço das investigações

Com as novas acusações, o MPRJ soma seis denúncias sobre irregularidades cometidas na Operação Contenção. Os casos foram encaminhados ao Juízo Singular, quando envolvem civis, ou ao Conselho de Justiça, quando são de competência militar.

As denúncias anteriores envolviam a apropriação de um fuzil no Complexo do Alemão e o furto de peças de um veículo na Vila Cruzeiro, também registrados pelas câmeras corporais.

Ao todo, nove policiais já foram denunciados nas seis ações penais militares. Entre eles estão os sargentos Diogo da Silva Souza, Eduardo de Oliveira Coutinho, Marcos Vinicius Pereira Silva Vieira e Charles William Gomes dos Santos, além do subtenente Marcelo Luiz do Amaral — todos presos após ação da Corregedoria da PM na última sexta-feira (28).

O MPRJ pediu à Justiça Militar a prisão preventiva dos demais denunciados e segue analisando as imagens para identificar outras irregularidades.

A Polícia Militar afirmou, em nota, "que não compactua com possíveis desvios de conduta e crimes praticados por agentes, e que pune com rigor os envolvidos quando os fatos são constatados”.

Considerada a operação mais letal do Rio de Janeiro dos últimos anos, a Operação Contenção tinha como objetivo, segundo a Segurança Pública do estado, conter a expansão do Comando Vermelho para outras áreas da capital.


(Foto: Reprodução: Eusébio Gomes/TV Brasil)

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