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Extração de dados e investigação de agiotagem no Piauí

As investigações apontam para uma espécie de “franquia” voltada à prática de agiotagem em várias cidades do estado

15/11/2025 às 08h35
Por: Vanilson Brito Fonte: Redação
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Extração de dados e investigação de agiotagem no Piauí

A Justiça do Piauí autorizou a extração de dados telefônicos dos celulares apreendidos durante a Operação Macondo, deflagrada na terça-feira (11), que investiga a atuação de agiotas estrangeiros em diversas cidades do estado. Os aparelhos já foram encaminhados para análise, embora não haja prazo definido para conclusão, devido à complexidade técnica do processo. Segundo o delegado Yan Brayner, diretor de Inteligência da Polícia Civil, todos os investigados tinham aparelhos telefônicos correlacionados e, com a autorização judicial, será possível realizar a extração e análise dos dados. Ele explicou que, ao solicitar mandados de busca, também é feito o pedido de extração dos dados dos dispositivos eventualmente apreendidos, o que foi autorizado pela Justiça.

O esquema criminoso tinha como principais vítimas pequenos comerciantes, ambulantes e autônomos que recorriam aos empréstimos por não terem acesso ao sistema bancário. Em pouco tempo, as dívidas se tornavam impagáveis, levando a ameaças psicológicas e físicas. A pressão exercida pelos agiotas resultava em outros crimes, como homicídios e até suicídios.

Os criminosos divulgavam seus serviços por meio de cartazes e panfletos afixados em áreas comerciais de Teresina, como o shopping popular e zonas de grande circulação, além de cidades como Parnaíba, Barras, Oeiras, Floriano e Água Branca.

Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão, além do bloqueio judicial de R$ 5 milhões em contas ligadas aos investigados. As investigações apontam para uma espécie de “franquia” voltada à prática de agiotagem em várias cidades do estado, financiada com recursos vindos da Colômbia.

O grupo era formado majoritariamente por estrangeiros, principalmente colombianos e venezuelanos, que ofereciam empréstimos com juros abusivos, superiores a 30% ao mês, a pequenos comerciantes e trabalhadores informais.

De acordo com o delegado Yan Brayner, o grupo operava de forma organizada e contava com estrutura padronizada em diferentes municípios. Até agora, 13 pessoas foram presas nas cidades de Teresina, Parnaíba, Oeiras, Barras, Picos e Água Branca, enquanto dois suspeitos seguem foragidos.

O delegado explicou que os estrangeiros eram cooptados para atuar especificamente nessa atividade, recebendo recursos vindos da Colômbia, que eram repassados aos agiotas locais. As vítimas eram obrigadas a realizar pagamentos diários ou semanais, sob constante pressão, e há relatos de desaparecimentos e até suicídios de pessoas que não conseguiram quitar as dívidas impostas pelo grupo.

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