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Corpo de músico é exumado em Teresina para nova perícia após acidente em perseguição policial

Diante das dúvidas levantadas pelos familiares, a Justiça Militar autorizou a exumação do corpo.

17/10/2025 às 09h24
Por: Vanilson Brito Fonte: Redação
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Corpo de músico é exumado em Teresina para nova perícia após acidente em perseguição policial

 

O corpo do músico Carlos Henrique de Araújo Rocha foi exumado nesta sexta-feira (17) para uma nova análise pericial conduzida pelo Instituto Médico Legal (IML). A ação ocorreu no cemitério São Judas Tadeu, localizado na avenida João XXIII, em Teresina (PI), e foi acompanhada pelos familiares da vítima.

“Nós só queremos esclarecimentos. Saber de fato o que aconteceu”, declarou Carlos Batista Rocha, pai do músico.

Carlos Henrique faleceu na madrugada de 30 de maio de 2024, após um acidente de trânsito durante uma perseguição policial na zona Leste de Teresina, entre as avenidas Presidente Kennedy e Dom Severino. O veículo em que ele estava colidiu com o carro dos suspeitos perseguidos por policiais militares.

Embora o laudo inicial tenha apontado morte por “ação contundente provocada por trauma” decorrente da colisão, a família levanta a hipótese de que Carlos tenha sido alvejado por disparo de arma de fogo. Na época, a perícia não identificou perfurações por tiros no veículo, que era conduzido por um motorista de aplicativo.

Diante das dúvidas levantadas pelos familiares, a Justiça Militar autorizou a exumação do corpo. Segundo o advogado da família, Lucas Ribeiro, há indícios de que Carlos foi atingido por um tiro após sair do carro.

“O processo tratou como se fosse apenas uma batida de trânsito, mas o corpo estava metros distante do veículo. Ele desceu, caminhou e foi alvejado com um tiro na cabeça. Há uma perfuração que indica claramente isso”, afirmou.

O pai do músico também relatou que câmeras registraram o momento da morte, mas as imagens não foram disponibilizadas à família.

“Há um ano e quatro meses lutamos para ter acesso a essas imagens. Isso nos causa dor, depressão, estamos em tratamento. Só queremos a verdade. Não queríamos que o corpo do nosso filho fosse exumado”, desabafou.

Condenação e julgamento

Josep Machado da Ponte Netto Junior será julgado por homicídio qualificado e tentativa de homicídio. Ele é acusado de dirigir o veículo que colidiu com o carro onde estavam Carlos Henrique e o motorista Francisco Valderis Camilo Sousa. A decisão de levá-lo a júri popular foi tomada em 4 de setembro de 2025, após o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina aceitar o pedido do Ministério Público, que considerou haver provas suficientes para julgamento.

A acusação sustenta que Josep assumiu o risco de matar ao fugir da polícia em alta velocidade, desrespeitando a sinalização. Bárbara Beatriz da Silva dos Santos, proprietária da SUV e passageira no momento do acidente, foi absolvida por falta de provas.

Carlos Henrique, de 24 anos, era baixista do cantor Júnior Masca. Ele estava em um carro de aplicativo quando foi atingido pela SUV conduzida por Josep. O acidente ocorreu no cruzamento das avenidas Presidente Kennedy e Dom Severino. Segundo o laudo do IML, a causa da morte foi politraumatismo, sem evidências de ferimento por arma de fogo. O motorista Francisco Valderis sobreviveu.

Na ocasião, Josep dirigia a aproximadamente 93,7 km/h em uma via com limite de 60 km/h e avançou o sinal vermelho. Ele fugia após ser suspeito de envolvimento em furto de cabos de telefonia. Com o impacto, Carlos Henrique foi lançado para fora do veículo.

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