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Política Racismo no Futebol

Governo brasileiro cobra Fifa e Espanha após ataques racistas a Vini Jr

Nota repudia racismo de torcedores contra jogador do Real Madrid 'nos mais fortes termos' e pede punição e ações preventivas. No Japão, Lula também cobrou providências.

22/05/2023 às 14h41 Atualizada em 22/05/2023 às 15h14
Por: Gil Costa Fonte: G1
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 Vinícius Jr.: 'O Campeonato Espanhol não é de Messi, de Cristiano Ronaldo. É dos racistas!' PABLO MORANO/REUTERS - 21.05.2023
Vinícius Jr.: 'O Campeonato Espanhol não é de Messi, de Cristiano Ronaldo. É dos racistas!' PABLO MORANO/REUTERS - 21.05.2023

O governo Luiz Inácio Lula da Silva emitiu nesta segunda-feira (22) nota em que "repudia nos mais fortes termos" os ataques racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinicius Jr, do Real Madrid, em jogos da liga espanhola.

O comunicado é assinado de forma conjunta pelos ministérios de Relações Exteriores, Igualdade Racial, Esporte e Direitos Humanos e Cidadania.

No texto, o governo pede que as "autoridades governamentais e esportivas da Espanha" tomem providências para punir os autores dos atos de racismo e evitar que eles se repitam.

Atacante brasileiro do Real Madrid, Vinicius Junior (esquerda), conversa com o zagueiro turco Cenk Ozkacar, do Valencia, enquanto ele reage ao ser insultado nas arquibancadas durante a partida de futebol da liga espanhola entre o Valencia CF e o Real Madrid CF no estádio Mestalla, em Valência, em 21 de maio de 2023
Vini Jr. Atacante brasileiro do Real Madri em jogo nesse domingo entre Valência x Real Madri - Foto: José Jordan/ AFP

 

 

 

O governo brasileiro cita nominalmente, na nota, a Federação Internacional de Futebol (FIFA), a Federação Espanhola e a "LaLiga", como é conhecida a primeira divisão do campeonato espanhol.

Mais cedo, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, classificou os atos de racismo como "mal" que precisa ser combatido "na raiz".

O Itamaraty também vai chamar a embaixadora da Espanha no Brasil, Mar Fernández-Palacios, para explicações após o episódio racista deste domingo (21), em que Vini Jr. foi chamado de "macaco" por torcedores do Valência.

Do Japão, ainda na noite de domingo (no horário brasileiro), o presidente Lula (PT) manifestou solidariedade ao jogador, e cobrou ações por parte de autoridades do futebol espanhol.

"É importante que a Fifa e a liga espanhola tomem sérias providências, porque nós não podemos permitir que o fascismo e o racismo tomem conta dos estádios de futebol", disse Lula.

No dia 10 de maio, Brasil e Espanha assinaram um acordo bilateral para o combate ao racismo e à xenofobia.

Íntegra

Leia abaixo a íntegra da nota de repúdio divulgada pelo governo brasileiro:

"O governo brasileiro repudia, nos mais fortes termos, os ataques racistas que o atleta brasileiro Vinícius Júnior vem sofrendo reiteradamente na Espanha.

Tendo em conta a gravidade dos fatos e a ocorrência de mais um inadmissível episódio, em jogo realizado ontem, naquele país, o governo brasileiro lamenta profundamente que, até o momento, não tenham sido tomadas providências efetivas para prevenir e evitar a repetição desses atos de racismo.

Insta as autoridades governamentais e esportivas da Espanha a tomarem as providências necessárias, a fim de punir os perpetradores e evitar a recorrência desses atos. Apela, igualmente, à FIFA, à Federação Espanhola e à Liga a aplicar as medidas cabíveis.

O governo brasileiro tem atuado em cooperação com o governo da Espanha para coibir, reprimir e promover políticas de igualdade racial e compartilhar conhecimento e boas práticas para ampliar o acesso de pessoas afrodescendentes e imigrantes ao esporte com total intolerância a toda e qualquer prática discriminatória, com o apoio ao aperfeiçoamento das melhores práticas internacionais para promover a prevenção e o combate ao racismo, além de qualquer tipo de discriminação nas diferentes modalidades de esportes."

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