Mayara Maisa Resende, estudante da 1ª série do Ensino Médio, chega cedo ao Centro de Ensino de Tempo Integral (Ceti) Professora Júlia Nunes, na zona Sudeste de Teresina, e só volta para casa no final da tarde. Entre as aulas de matemática e o curso técnico de Marketing Digital, ela faz três refeições diárias: lanche da manhã, almoço e lanche da tarde. Tudo preparado na própria escola, com orientação de nutricionistas, ingredientes frescos e alimentos da agricultura familiar piauiense, destaque nacional e internacional.
Esse é o novo cotidiano dos estudantes das escolas públicas da Rede Estadual do Piauí, com a universalização das Escolas de Tempo Integral, nos 224 municípios. A rotina estendida reforçou o compromisso da Seduc em garantir alimentação de qualidade para todos os turnos.
“Comer bem ajuda a gente a se concentrar mais nas aulas. Os lanches são excelentes, com frutas e bolos. O almoço é sempre variado. Tudo delicioso e as merendeiras são muito cuidadosas”, conta Mayara.
Os cardápios são elaborados por nutricionistas da sede da Seduc e das Gerências Regionais de Educação, respeitando as necessidades de cada faixa etária. O foco está em oferecer refeições equilibradas, nutritivas e com menos alimentos processados e ultraprocessados. E tudo muito bem cuidado e conservado, com monitoramento constante por parte da Seduc, inclusive por uma plataforma tecnológica.
Agricultura familiar e merendeiras capacitadas
A compra dos alimentos é feita diretamente pelas escolas, que recebem recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do tesouro estadual, e têm autonomia para escolher os fornecedores, com análise constante pela Seduc. Pelas regras do programa, os gestores escolares devem usar pelo menos 30% do recurso federal em produtos da agricultura familiar, o que garante a presença de alimentos mais frescos no prato dos estudantes, além de movimentar a economia local e fortalecer os pequenos produtores do campo.
“Nosso cardápio é pensando na necessidade do aluno. Escolhemos sempre alimentos de qualidade e que agregam valores nutricionais e neste segundo semestre reformulamos e ofertamos um cardápio novo e ainda mais variado, com alimentos que vão desde o chocolate 100% cacau ao bolo de sal. O almoço é variado, com arroz, feijão, proteína, salada e a fruta de sobremesa. Destaque para a feijoada, a preferida dos alunos. Nos lanches, temos cuscuz, pão com carne, suco e muito mais”, detalha Francineth Medeiros, diretora do Ceti Professora Júlia Nunes Alves.
As merendeiras, essenciais nesse processo, também são preparadas para a nova realidade. Só em julho deste ano, mais de 400 profissionais passaram por formação sobre manipulação de alimentos, atendimento a estudantes com restrições alimentares e boas práticas na cozinha escolar.
“A gente aprende a cuidar melhor da comida e dos alunos. Saber o que eles podem ou não comer é importante para fazer tudo com mais carinho e segurança”, diz Josefa Arlete, merendeira do Ceti Alencar Mota, em Alagoinha do Piauí.
Alimentação como parte do projeto pedagógico
A oferta das três refeições vai além da nutrição. É uma estratégia que viabiliza a permanência do estudante na escola, melhora o rendimento e ajuda a combater a evasão escolar. A alimentação também se conecta com conteúdo trabalhado em sala, como educação alimentar, sustentabilidade e saúde.
Para o secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, oferecer alimentação saudável nas escolas é parte fundamental do compromisso com a formação integral dos estudantes. “Não se trata apenas de ensinar conteúdos em sala. A alimentação é parte importante nesse processo. Por isso, orientamos gestores e merendeiras a comprarem de fornecedores confiáveis, com nota fiscal, e sempre com atenção à validade e à qualidade dos alimentos. Nossos nutricionistas acompanham de perto esse trabalho, visitando as escolas, oferecendo suporte técnico e fiscalizando o preparo das refeições. É assim que garantimos comida boa, segura e feita com responsabilidade”, afirmou.
Assim, todas as escolas da rede estadual têm ofertado alimentação escolar adequada, sem qualquer registro de descumprimento das regras ou irregularidade, inclusive com a garantia do pagamento regular de todos os profissionais que trabalham com esse pilar da educação integral.
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