Sérgio Brasil Rolim, um ex-bancário e comerciante que acumulou uma condenação de 150 anos de prisão por seu envolvimento em uma série brutal de assassinatos e estupros de mulheres no Ceará, obteve o direito à progressão de pena e poderá ser transferido para o regime semiaberto. Após passar 23 anos em regime fechado, essa mudança permitirá que ele deixe a prisão durante o dia para trabalhar ou estudar, retornando para dormir.
Rolim é considerado o mentor principal de uma organização criminosa conhecida como "Escritório do Crime", que aterrorizou a região do Cariri cearense. O grupo é acusado de ser responsável pela morte de ao menos sete mulheres entre maio de 2001 e março de 2002, em várias cidades da área. Além dos homicídios, a quadrilha cometeu diversos outros crimes hediondos, com as vítimas frequentemente sofrendo mutilações e queimaduras.
As sentenças contra Rolim foram proferidas em diferentes momentos: entre 2005 e 2008, ele foi condenado a 118 anos por homicídios e estupros. Mais recentemente, em 2022, outros dois assassinatos resultaram em uma condenação adicional de 32 anos, elevando o total de sua pena para 150 anos e seis meses. Ele estava encarcerado em regime fechado desde sua prisão, em maio de 2002.
Foto: Reprodução/TV Verdes Mares
Em 2024, Rolim alcançou o tempo mínimo necessário para solicitar a progressão de regime. Inicialmente, o Ministério Público do Ceará (MPCE) manifestou-se contra a concessão do semiaberto. Contudo, essa posição foi revista após a realização de um exame criminológico, cujo resultado foi favorável ao detento. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) esclareceu, por meio de nota, que o processo de progressão ainda não está finalizado e depende da conclusão de "diligências" adicionais para uma nova análise do benefício.
A advogada de defesa de Sérgio Rolim, Daniela Mendes dos Santos, defende veementemente a progressão de regime de seu cliente. Ela destaca que Rolim permaneceu preso ininterruptamente desde 2002, mesmo antes de suas primeiras condenações, e nunca teve acesso a saídas temporárias. "Ele nunca teve contato com o mundo externo desde a sua prisão", afirmou a advogada. Ela enfatiza que o objetivo da lei é a ressocialização gradual do indivíduo na sociedade e que Rolim, conforme laudos psicológicos avaliados pelo Estado do Ceará, está apto para essa transição.
Atualmente, as autoridades judiciais estão avaliando o local onde Rolim cumprirá a pena no regime semiaberto. Há considerações sobre sua possível transferência para Fortaleza, cidade que dispõe de unidades prisionais adequadas para esse tipo de regime.
Mín. 21° Máx. 36°