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Pesquisa da Sesa sobre febre do Oropouche é publicada em revista científica internacional

Pesquisa do “New England Journal of Medicine” está disponível para leitura on-line Uma pesquisa conduzida pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa),...

13/11/2024 às 14h15
Por: Redação Portal Verdes Campos Sat Fonte: Secom Ceará
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Foto: Reprodução/Secom Ceará
Foto: Reprodução/Secom Ceará

Pesquisa do “New England Journal of Medicine” está disponível para leitura on-line

Uma pesquisa conduzida pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em colaboração com outras instituições brasileiras, foi publicada na revista científica “New England Journal of Medicine”, uma das mais influentes mundialmente na Medicina. O artigo “A Case of Vertical Transmission of Oropouche Virus in Brazil (Um caso de transmissão vertical do vírus Oropouche no Brasil)” está disponível on-line.

>>>Confira a pesquisa na íntegra

A transmissão vertical é a passagem de uma infecção da mãe para o bebê, que pode acontecer durante a gestação, parto ou amamentação. Segundo o médico epidemiologista e coordenador da Célula de Vigilância e Prevenção de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis (Cevep) da Sesa, Carlos Garcia, a investigação teve origem em uma atividade de rotina da equipe de Epidemiologia da Sesa.

“Entre nossas atividades, estão as investigações de campo e, nesse contexto, identificamos uma gestante que evoluiu para perda fetal. A causa foi confirmada pelo Lacen [Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará], por meio de uma necropsia minimamente invasiva do feto, realizada pelo SVO [Serviço de Verificação de Óbito Dr. Rocha Furtado]. Contamos também com o apoio da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) para a elaboração do documento”, explica.

Participaram do estudo, pela Sesa, o secretário executivo de Vigilância em Saúde, Antônio Silva Lima Neto (Tanta), o superintendente da ESP/CE, Luciano Pamplona; os diretores-gerais do SVO, Anacélia Gomes de Matos, e do Lacen, Ítalo Cavalcante; os técnicos da Sesa, Ana Cabral, Luiz Osvaldo Rodrigues, Robson da Costa, Kamilla Carneiro, Rebeca de Souza, Sami de Andrade, Deborah Nunes, Shirlene Telmos, Karene Ferreira, Larissa Duarte e Leda Simões.

O médico pontua que, além da contribuição da Sesa, houve o envolvimento de outras instituições de pesquisa e ensino. O trabalho contou com colaboração do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), por meio do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos, que atua como referência regional em arboviroses para o Ministério da Saúde; da Universidade de Fortaleza (Unifor); da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Faculdade São Leopoldo Mandic.

>>>Leia também: Entenda o papel da Vigilância Epidemiológica na investigação de doenças e surtos

Sobre a transmissão vertical

De acordo com o epidemiologista, o estudo confirmou a transmissão vertical do vírus Oropouche em um caso de morte fetal. “O material genético do vírus foi detectado em várias amostras fetais, incluindo o líquido cefalorraquidiano, cérebro, pulmões, fígado, cordão umbilical e placenta”. O Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos da Fiocruz realizou o sequenciamento genético do vírus detectado no feto.

O coordenador da Cevep explica que a infecção foi identificada na mãe com o uso de testes moleculares. “Os testes descartam outras infecções, como dengue, Zika, chikungunya e Mayaro, que também poderiam estar relacionadas ao quadro clínico”.

O método investigativo utilizado pela equipe confirmou tanto a infecção na mãe quanto a transmissão vertical ao feto.

O superintendente da ESP/CE, Luciano Pamplona, que é biólogo e epidemiologista, destaca os benefícios da técnica de autópsia minimamente invasiva, utilizada nesse estudo. “Essa técnica permitiu a confirmação laboratorial e foi implantada no SVO por meio de uma pesquisa coordenada pelo nosso grupo e que tem ampliado bastante a capacidade da vigilância local de identificar doenças novas. Iniciamos isso pensando apenas em dengue e hoje a técnica tem contribuído para confirmação de várias outras doenças”.

Para o gestor, a publicação em revista internacional evidencia a qualidade dos serviços da Saúde do Ceará, especialmente na área da Vigilância. “Publicar esses achados, em uma das mais importantes revistas médicas do mundo, evidencia a qualidade do que a vigilância do Ceará pode produzir, por meio do incentivo da Sesa e o apoio de instituições de ensino locais”, pontua.

>>>Saiba mais sobre a febre do Oropouche

Cenário Epidemiológico

Do começo do ano até o dia 9 de novembro, foram confirmados 243 episódios de febre do Oropouche no Ceará. Na última semana epidemiológica (de 3 a 9 de novembro), não foi registrado nenhuma nova ocorrência. Os casos estão distribuídos em municípios da região do Maciço do Baturité, sendo eles: Aratuba (58), Pacoti (36), Mulungu (28), Capistrano (63) e Baturité (28), Palmácia (3) e Redenção (27). A maioria dos pacientes reside ou frequenta a zona rural de seus municípios. Dos pacientes confirmados com a doença até o momento, seis eram gestantes.

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