Na noite da quinta-feira (dia 29), funcionários do Ministério da Previdência Social firmaram acordo com representantes do Minitério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). O trato prevê reajuste salarial parcelado, reestruturação de carreiras em diferentes níveis, cumprimento de pontos firmados em negociações anteriores e, ainda, outros tópicos não remuneratórios. O diálogo – que finalmente chegou a um consenso – deveria levar ao fim da greve no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), certo? Embora o óbvio fosse responder sim, parece que as coisas não vão se desenrolar dessa maneira.
Tudo isso se deve ao fato de que o acordo foi realizado apenas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social, ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). A maioria dos servidores do INSS, representados por outros sindicatos, ainda não aceitaram a nova proposta do governo e têm até o fim desta semana para se posicionarem.
Inconformação
Entidades sindicais como a Federação Nacional dos Sindicatos de trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) e o Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social (Sindsprev) não reconhecem a validade do trato. Esses dois grupos são os que representam a maior parte do funcionalismo da Previdência Social.
E são eles também que lideram a paralisação nacional da categoria, que chegará à marca de três meses na próxima semana. Segundo Moacir Lopes, diretor-presidente da Fenasps, a categoria deliberou manter e ampliar a greve após o anúncio de acordo.
– Não houve, após esse período, formalização de nova proposta que atenda as pautas da categoria. Nos últimos dias, o Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou que incluiria várias pautas da categoria em um possível acordo de greve. Os representantes da federação apontaram em reunião no INSS, diversas pautas que deveriam constar em um acordo. Contudo, o governo rompeu o processo de negociação ao assinar acordo rebaixado com outra entidade, e até o momento, não foi formalizado pelo INSS e MPS as propostas apontadas pela federação.
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