
Nesta quinta-feira (4), o Congresso Nacional derrubou itens de dois vetos presidenciais. Entre eles, os parlamentares votaram pela retomada da obrigação de exame toxicológico para a primeira habilitação nas categorias A e B da CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Com a derrubada, os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) serão promulgados e passarão a valer como lei. Os vetos foram incluídos na pauta da sessão conjunta desta quinta-feira (4), em forma de extrapauta, após acordo entre o governo e a liderança da minoria.
Os deputados e senadores derrubaram vetos à lei que trata das regras de transferência eletrônica de veículos e da obrigação de exames toxicológicos. Foi retomada a obrigação de comprovar resultado negativo em exame toxicológico para a obter a primeira habilitação para condutores das categorias A e B, ou seja, de motocicletas e carros de passeio.
Também foi derrubado trecho sobre a vigência da nova regra. Com isso, a obrigação deverá entrar em vigor assim que for publicada no Diário Oficial da União.
O governo havia vetado a obrigação do exame com a justificativa de que a exigência "importaria em aumento de custos para a sociedade e poderia influenciar que mais pessoas optassem por dirigir sem a devida habilitação".
Atualmente, a realização do exame toxicológico já é obrigatória para habilitação nas categorias C, D e E, que incluem o transporte de cargas e passageiros.
Na votação, o placar na Câmara foi de 421 votos a 10. No Senado, foi de 72 votos a zero em prol da derrubada do veto.
As mudanças foram aprovadas pelo Congresso na mesma semana em que o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) aprovou uma resolução que altera o processo para obtenção da CNH para, segundo o governo, desburocratizar e baratear o processo. A principal alteração é o fim da exigência de aulas obrigatórias em autoescolas.
(Foto: Reprodução/ Congresso Nacional (Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados)
Embrapa
Outra mudança retomada é a isenção da cobrança de taxas e contribuições, cobradas por órgãos reguladores, para pedidos de registro e proteção de experimentos de pesquisa, produtos e tecnologias geradas pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Votaram pela derrubada do veto e a garantia da isenção à Embrapa 423 deputados e 70 senadores. Os votos contrários foram registrados por oito deputados e dois senadores.
Vetos mantidos
Por acordo, foram mantidos três vetos do governo, que tratavam de critérios para concessão do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e das regras de reingresso no Bolsa Família. Os trechos foram vetados pelo Executivo com o argumento de que as mudanças nas normas poderiam trazer insegurança jurídica.
Outro veto mantido trata do acesso público a dados de condenados por crimes sexuais. O governo vetou a obrigação de publicizar dados dos condenados por uma década após o cumprimento da pena – salvo quando houver reabilitação.
Na sanção, o Executivo rejeitou o trecho com o argumento de que a extensão do prazo de disponibilidade dos dados do condenado para além do cumprimento da pena violaria "princípios e normas constitucionais, como a proporcionalidade e devido processo legal".
Senado Federal Aprovada em comissão, LDO deve ser votada pelo Congresso nesta quinta
Senado Federal CMO aprova relatório preliminar do Orçamento de 2026
Senado Federal Davi Alcolumbre reafirma autonomia do Senado e defende prerrogativas da Casa Mín. 23° Máx. 34°