
Durante muitos anos, investimentos em tecnologia da informação (TI) foram classificados apenas como despesas. Em grande parte das empresas brasileiras, sugerir um aumento no orçamento nesse setor ainda provoca resistência. Essa percepção, porém, tem freado a inovação e comprometido o potencial de crescimento das organizações.
Mesmo nesse cenário, números da International Data Corporation (IDC), analisados pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), mostram que o investimento total em Tecnologia da Informação no Brasil atingiu US$ 58,6 bilhões em 2024, colocando o país na 10ª posição do ranking mundial de gastos em software, hardware e serviços.
Segundo Lucas Vanzin, cofounder e CEO da EVEO, empresa especializada em soluções de nuvem e data center, essa mentalidade mantém a TI em um papel reativo. “Quando a área é tratada apenas como suporte, ela fica restrita a resolver problemas do dia a dia. Isso impede o time de pensar no futuro, antecipar necessidades e impulsionar a transformação digital”, afirma.
Ele explica que o resultado é um cenário em que muitas empresas buscam soluções prontas no exterior, criando dependência tecnológica e custos elevados. Essa tendência, segundo Vanzin, ignora o fato de que o país já conta com provedores nacionais capazes de entregar infraestrutura robusta, como data centers Tier III, com vantagens relevantes para o mercado local. “Existem provedores brasileiros com capacidade real de escala, suporte próximo e custos previsíveis, mas essa opção muitas vezes não é considerada por falta de visão estratégica”, destaca.
Lucas ainda cita que mudança de cenário ocorre quando a TI passa a integrar o núcleo estratégico da empresa. Nessa transição, a operação ganha escalabilidade e os profissionais conseguem antecipar demandas, permitindo que os custos deixem de aumentar e passem a ser otimizados com base em resultados. “Entre os benefícios estão maior segurança, controle de dados e decisões orientadas por informações em tempo real”, avalia.
No entanto, apenas adquirir tecnologia não garante impacto. Um estudo citado pelo executivo, o HR Strategy 2025, aponta que 53% das iniciativas de transformação digital falham por falta de alinhamento entre estratégia e execução. “Não adianta implementar automação ou inteligência artificial se os dados não estiverem estruturados ou se a equipe não estiver preparada para extrair valor disso”, acrescenta Vanzin.
Para o especialista, o primeiro passo é mudar a pergunta que orienta a tomada de decisão. Em vez de focar apenas no custo, o ideal é avaliar o valor que a tecnologia gera. Soluções de analytics, por exemplo, podem reduzir ciclos de decisão, enquanto infraestruturas de baixa latência aumentam a produtividade de equipes que dependem de operações em tempo real.
“Cada real investido em TI precisa estar vinculado a ganhos de eficiência, segurança ou competitividade. Isso só acontece quando os profissionais de tecnologia participam das decisões estratégicas”, reforça o executivo.
Vanzin conclui que manter a visão de TI como custo pode impedir avanços essenciais. “No ritmo atual do mercado, quem não mudar essa mentalidade corre o risco de ficar para trás. Investir em tecnologia deixou de ser luxo e se tornou uma questão de sobrevivência. O Brasil só vai avançar quando enxergar a TI como motor estratégico de crescimento”, finaliza.
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