O Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentou denúncia contra Lauremilia Lucena, primeira-dama da capital paraibana, e outras nove pessoas, por envolvimento em um suposto esquema de corrupção eleitoral e associação com a facção criminosa Nova Okaida.
A denúncia é resultado da Operação Território Livre, conduzida em parceria entre o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPPB) e a Polícia Federal. A ação teve como objetivo desmantelar uma rede que, segundo as investigações, manipulava o processo eleitoral por meio de aliciamento de eleitores, intimidação de candidatos e apropriação indevida de recursos públicos.
Lauremilia é esposa de Cícero Lucena, atual prefeito de João Pessoa, reeleito em 2024 com 63,9% dos votos. De acordo com o MPE, a organização criminosa era formada por agentes políticos, servidores públicos e membros da facção Nova Okaida, que atuavam em bairros como São José e Alto do Mateus, impondo restrições à livre manifestação política por meio de violência e ameaças.
Em troca do apoio ilícito, líderes da facção e seus familiares teriam recebido cargos e benefícios na administração municipal, criando um ciclo de favorecimento e influência criminosa dentro do poder público.
As provas reunidas incluem interceptações telefônicas, mensagens eletrônicas, documentos oficiais e apreensão de dinheiro em espécie, o que, segundo o Ministério Público, demonstra “a profunda infiltração da criminalidade organizada no processo democrático”.
A denúncia foi aceita pelo Juízo da 1ª Zona Eleitoral de João Pessoa, autorizando o andamento da ação penal eleitoral.
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