
Registro do plano medicamentoso entregue ao paciente no momento da alta
Garantir que cada paciente receba o medicamento certo, na dose certa, pelo tempo certo e com o menor risco possível: esse é o compromisso diário do Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), da rede da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa). A equipe de farmácia adota o uso racional de medicamentos como política estruturante da assistência.
De acordo com a farmacêutica e gerente da farmácia da unidade, Anamily Rêgo, o conceito de uso racional de medicamentos, definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), vai além da prescrição, trata-se de um processo contínuo de cuidado.
“É um pilar essencial para a segurança do paciente e para a qualidade da assistência. Significa que os pacientes devem receber os medicamentos apropriados às suas necessidades clínicas, nas doses corretas, pelo tempo necessário”, ressalta.
A dona de casa Deisiane Santos acompanhou a mãe, Silvia Helena, de 58 anos, durante a alta hospitalar. A paciente, que entrou sem uso de medicamentos contínuos, recebeu alta com a indicação de alguns remédios para uso em casa. Ao receber as orientações da farmacêutica, a acompanhante se tranquilizou.
“Vi que são muitos remédios. Antes não tínhamos esse acompanhamento, mas as explicações foram muito boas. Em casa, terei o controle para acompanhar os horários de cada um”, disse.

A farmacêutica realiza conciliação medicamentosa com acompanhante da paciente durante alta hospitalar
A atuação do farmacêutico clínico é central nesse processo. Ainda na admissão hospitalar, os profissionais realizam a conciliação medicamentosa, um procedimento que consiste em entrevistar o paciente ou cuidador para levantar os medicamentos que estavam sendo utilizados em casa ou em outra unidade de saúde, avaliando, junto à equipe médica, a continuidade ou ajuste do tratamento.
“O farmacêutico tem papel ativo desde a entrada do paciente. A conciliação garante que os medicamentos já utilizados continuem sendo utilizados corretamente, sem interações medicamentosas indesejadas”, explica Anamily.
A farmacêutica Camila Medeiros, que atua na clínica médica do hospital, detalha a prática: “Verificamos com o paciente o que ele tomava em domicílio e no hospital de origem. Avaliamos se ainda é adequado manter esses medicamentos, além de checar interações, duplicidade e a conformidade das receitas, especialmente em casos de medicamentos de controle especial”.
O cuidado segue até a alta hospitalar, momento em que os farmacêuticos elaboram um plano medicamentoso personalizado com todas as orientações para o uso correto dos remédios, prescritos pelo médico, em casa.
“A orientação na alta é uma etapa fundamental para garantir a transição segura do cuidado do hospital para o domicílio. O plano inclui o nome dos medicamentos, dosagens, horários e orientações específicas para o paciente seguir corretamente o tratamento”, afirma Anamily Rêgo.
Camila destaca que o plano é ilustrado e pensado para facilitar a compreensão. “Orientamos bem sobre a importância de tomar corretamente, o que pode acontecer se esquecer ou tomar em excesso e como agir em caso de reações adversas. Também reforçamos a importância de levar sempre a receita nas consultas médicas”, explica.

A equipe farmacêutica do HGWA atua de forma integrada com médicos e enfermagem na manipulação de medicamentos
A recomendação é que o plano seja mantido em local visível, como a porta da geladeira, para auxiliar na adesão ao tratamento. Nos casos em que o paciente apresenta uso inadequado de medicamentos ou inconsistências na prescrição, os farmacêuticos atuam diretamente com a equipe médica.
“Sempre pedimos que ele deixe o plano exposto na geladeira ou em um local que esteja sempre à vista e que quando ele for numa consulta, leve a receita médica. Quando há necessidade de ajustes, fazemos o registro no prontuário e contatamos o prescritor ou o plantonista para as adequações necessárias”, finaliza a farmacêutica.
Imunizante Nova vacina da dengue terá aplicação em massa ‘acelerada’ em cidade do CE
Saúde “Estamos vencendo essa batalha”, diz Padilha sobre vacinação
Saúde Cirurgias plásticas menos invasivas são tendência Mín. 23° Máx. 37°