A Polícia Militar do Ceará negou ter participado da operação de desocupação de um terreno no bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza, ocorrida na terça-feira (10.09.24), desmentindo a versão da empresa Fiotex, proprietária do local.
O terreno estava sendo ocupado por várias famílias. Durante a madrugada, três homens encapuzados, que se identificaram como policiais, entraram no local e intimidaram os ocupantes, exigindo que saíssem. Durante a ação, tiros foram disparados, e Ana Mayane dos Reis Severino, de 28 anos, foi atingida no peito, vindo a falecer. Após a morte de Mayane, houve protestos violentos na região, incluindo ataques a ônibus.
Os três homens encapuzados foram presos após a chegada da polícia. A imprensa questionou a Secretaria de Segurança Pública sobre a identidade dos detidos e se eles eram realmente policiais, como afirmaram os familiares da vítima. A pasta não respondeu, mas a Polícia Militar reforçou que não teve envolvimento oficial na operação de desocupação.
Mayane chegou a ser socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento do Cristo Redentor, mas não resistiu aos ferimentos. Ela deixa o marido e uma filha de 4 anos. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que esteve no local para iniciar as investigações.
Na manhã de terça-feira, moradores continuaram com os protestos, bloqueando a avenida Francisco Sá e erguendo barricadas, até que a polícia dispersou o movimento. O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), se pronunciou nas redes sociais, destacando que a desocupação ocorreu em uma área de propriedade privada.
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