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Esp-CE e Sesa capacitam profissionais para a prevenção do suicídio e o cuidado a pessoas em luto

Professor do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Uece, Jackson Sampaio foi um dos palestrantes da aula inaugural da capacitação Após ser...

07/09/2024 às 08h56
Por: Redação Portal Verdes Campos Sat Fonte: Secom Ceará
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Foto: Reprodução/Secom Ceará
Foto: Reprodução/Secom Ceará

Professor do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Uece, Jackson Sampaio foi um dos palestrantes da aula inaugural da capacitação

Após ser vítima de uma calúnia no local onde trabalhava como chefe de segurança, em 2008, William Crispim, 66, hoje aposentado, passou por um nível de estresse alto que mudaria completamente o futuro dele.

“Sumiram alguns computadores e, como eu era da gestão da segurança, acharam que eu estava acobertando alguém. Foi aí que começou todo o meu histórico de problemas psicológicos, pois não conseguia provar minha inocência”, relembra.

À época, Crispim morava com a esposa e dois filhos, que acompanharam todo o sofrimento. “Tentei suicídio três vezes e, na última, fiquei em coma na UTI. Os médicos achavam que, se eu sobrevivesse, teria sequelas. Graças a Deus, saí com vida e sem nenhuma alteração física, mas a saúde mental estava muito comprometida.”

Tratamento

A família, então, decidiu interná-lo, mas a situação do aposentado piorou consideravelmente. William conta que, após a passagem por um manicômio, começou a ter alucinações e a ouvir vozes. A luz no fim do túnel só apareceu quando ele saiu daquele ambiente e iniciou um tratamento multidisciplinar no Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

“Passei a ter acompanhamento psicológico, terapia ocupacional e o suporte de toda uma equipe. Foi justamente dentro dos grupos terapêuticos que descobri meu talento para a pintura em tela e para a escultura”, resgata.

Atualmente, Crispim participa esporadicamente das terapias, mais pelo vínculo com os profissionais do que pela necessidade. Ele não precisa mais de medicações e já realizou várias exposições de arte em Fortaleza e em outros estados brasileiros, além de ter trabalhos enviados para fora do Brasil, sendo a França e a Argentina alguns destinos. Veja o relato:

A história do artista é mais uma entre tantas outras que os profissionais de saúde encontram no dia a dia. Nessa quarta-feira (4), os causos de vida e as obras dele também foram expostas durante a aula inaugural do Curso Básico de Manejo da Autolesão, Prevenção e Posvenção ao Suicídio, lançado na últimaquarta-feira (4).

A iniciativa faz parte da agenda de capacitações do Projeto “Percursos Formativos no Campo da Saúde Mental”, fruto de uma parceria entre a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

O evento contou, ainda, com duas palestras: “Cenário Epidemiológico da Mortalidade por Suicídio e Notificações de Lesões Autoprovocadas Não Letais no Ceará”, conduzida pelo orientador da Célula de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis da Sesa, Carlos Garcia; e “Autolesão e Suicídio: Prevenção e Posvenção, para Além do Setembro Amarelo”, apresentada pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Jackson Sampaio.

Vagas

Ao todo, 150 vagas foram destinadas a profissionais de nível superior que atuam na Atenção Básica, em hospitais gerais e de Saúde Mental, e na Rede de Atenção Psicossocial (Raps) das Áreas Descentralizadas de Saúde (ADS).

O ciclo de aprendizagem terá 60 horas, com atividades presenciais e a distância. Ao fim da trilha, a coordenação pedagógica do projeto espera que a turma desenvolva a capacidade de promover ações voltadas à prevenção do suicídio e ao cuidado especializado de pessoas em luto.

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura do curso a secretária executiva da Atenção Primária e Políticas de Saúde, Vaudelice Mota; o superintendente da ESP/CE, Luciano Pamplona; a promotora de justiça do Ministério Público do Ceará (MPCE), Ana Karine Serra Leopércio; e a gerente de Educação Permanente em Saúde da ESP/CE, Érika Nicolau.

Ciclo de capacitações

De acordo com a coordenadora de Políticas de Saúde Mental da Sesa, Rane Félix, até novembro, a iniciativa vai contemplar cerca de 600 profissionais, divididos em 12 turmas. Ouça:

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