A Câmara Municipal de São Luís realizou uma sessão solene, na tarde desta quinta-feira, 14, para homenagear a ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, em memória aos seis anos de sua morte e do seu motorista Anderson Gomes, ocorrida no dia 14 de março de 2018. A iniciativa foi proposta pela vereadora Creuzamar de Pinho (PT).
A solenidade, realizada na Sala Vip, reuniu autoridades, representantes de partidos, lideranças feministas, sociedade civil organizada e órgãos públicos. Ao abrir o evento, a parlamentar petista enfatizou que o brutal assassinato ainda faz ecoar o grito por justiça. Ela fez um discurso sobre a falta de solução para o crime.
“Essa não é apenas uma sessão solene em memória a Marielle e Anderson. Este é um ato por Justiça. Seis anos de um assassinato como esse sem essa resposta, é dizer que esse tipo de violência ainda é aceito na nossa sociedade com outras mulheres”, frisou.
Na ocasião, o vereador Sá Marques (PSB) fez uma defesa da dignidade humana, destacou que seguirá na luta por justiça e lembrou a Lei Municipal nº 492/2018, de sua autoria que instituiu na capital maranhense a gratuidade temporária no sistema de transporte público para mulheres vítimas de violência doméstica.
“Eu sou e sempre serei um defensor da dignidade humana. Fatos como este só aumentam a nossa luta em defesa de direitos. Foi pensando nisso que propomos um projeto que virou lei, instituindo em nossa cidade a gratuidade temporária no sistema de transporte público para mulheres vítimas de violência doméstica. Seguimos lutando por todos os direitos para todas as pessoas”, afirmou o parlamentar.
O ato também contou com a presença da professora e secretária-adjunta de Estado da Mulher, Antonieta Lago; da diretora-geral do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia (Iema), Cricielle Muniz; e da representante do Grupo Marielle Franco em São Luís, Dalvilene Cardoso.
Participaram ainda do encontro a vice-presidente do PCdoB, Laurinda Pinto; a secretária de formação do PSOL, Rielda Alves; a presidente do Rede Sustentabilidade, Janicelma Fernandes, dentre outros convidados.
Crime sem resposta
Em 14 de março de 2018, Marielle e Anderson foram assassinados na região central do Rio. Eles voltavam de um evento em que a vereadora palestrou quando um Cobalt prata emboscou o carro em que estavam e 14 tiros foram disparados. Nada foi roubado.
Seis anos depois, o assassinato ainda segue sem respostas sobre o mandante e sobre a motivação para o atentado. Até agora, quatro suspeitos estão presos. O último foi detido no final de fevereiro: Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, apontado como o responsável por desmanchar o Cobalt prata usado no 14 de março de 2018.
Suspeitos de serem autores dos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes, os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz já estavam presos e ainda vão ser julgados. Élcio firmou acordo de delação premiada com a PF e confessou ter participado do crime. Ele apontou que Ronnie Lessa foi o autor dos tiros.
Ainda não se sabe quem mandou matar a ex-vereadora. Não há informações divulgadas até o momento que apontem se Queiroz e Lessa agiram sozinhos ou a mando de outra pessoa.
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