O Governo do Maranhão, por intermédio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), oferta uma rede de cuidados à pessoa com deficiência, através de serviços especializados disponíveis em equipamentos estaduais de São Luís, Bacabal e Imperatriz.
“Em prol da prevenção e do cuidado com a saúde das pessoas com deficiência, esta é uma maneira de dar mais suporte e assistência especializada, por isso esse fortalecimento da rede estadual de saúde é tão fundamental para atender à população”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes.
Em São Luís, a assistência ao adolescente e adulto com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é ofertada pelo Centro TEA 12+, equipamento inaugurado em abril deste ano pela SES. No Centro, é oferecido atendimento em neurologia, educação física, psicologia, psicopedagogia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, assistência social, fisioterapia, musicoterapia e arteterapia.
Para a pessoa idosa com deficiência, há o Centro de Referência de Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa (Creaispi), em São Luís e Imperatriz. Ainda na capital, o Centro Especializado em Reabilitação e Promoção da Saúde (CER) Olho d’Água oferece reabilitação física, intelectual e visual para idosos, além de análise do comportamento (ABA) para autistas de até 12 anos de idade. Já o Centro Especializado em Reabilitação e Promoção da Saúde (CER) Cidade Operária oferta reabilitação física, intelectual e auditiva.
Também em São Luís, no Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (Ninar), a população encontra suporte adequado para crianças com microcefalia, transtorno do espectro do autista, epilepsia de difícil controle e epidermólise bolhosa.
Além destes equipamentos, os Shoppings da Criança de São Luís e Bacabal oferecem atendimento para crianças com deficiência, com idade entre 0 a 14 anos.
Os espaços auxiliam na conquista por melhor qualidade de vida, autonomia e bem-estar de crianças, adultos e idosos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
“A assistência de habilitação e reabilitação à pessoa com deficiência proporciona funcionalidade, autonomia e visibilidade. Neste sentido, é preciso valorizar as possibilidades frente à cultura do capacitismo, infelizmente ainda muito presente em nossa sociedade, pois sem as barreiras é possível desenvolver atividades em condições de igualdade como qualquer outra pessoa”, afirmou a assessora técnica da Secretaria Adjunta de Assistência à Saúde da SES e coordenadora do Grupo Condutor Estadual da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, Nelbe Maria de Amorim de Souza.
A assistência à pessoa com deficiência, na ótica de rede de atenção, acontece em três níveis, sendo a Atenção Básica (Primária) com os municípios; Secundária (Especializada), com o estado, atendendo demandas de média e alta complexidades; e Terciária, de gestão federal.
Centro TEA 12+
Lilian da Silva Guimarães Campos, de 39 anos, e José Ribamar Gomes Campos, de 46 anos, são pais do Riquelme Levi Guimarães Campos, de 15 anos. O jovem foi diagnosticado com autismo quando ainda era muito pequeno e desde então seus pais o acompanham nos tratamentos.
No TEA 12+, Riquelme é paciente há um mês e os seus pais já perceberam diferenças. "Aqui ele tem o aparato e terapias todas. Geralmente, quando íamos a algum lugar, era complicado, mas aqui ele já percebeu que tem toda a estrutura para o que ele precisava", afirmou Lilian. "Percebemos que ele está interagindo mais com o profissional, tanto que hoje ele vai para a sala sozinho. Esperamos que daqui para frente tente evoluir mais, principalmente na rotina em casa", acrescentou José Ribamar Gomes.
Mãe dos gêmeos Filipe Gabriel e o Luiz Otávio Nogueira Costa, de 14 anos, Jôse Nogueira Abreu, de 41 anos, contou que os filhos ainda não tinham desenvolvido a fala aos 5 anos de idade. Eles iniciaram tratamento no CER Cidade Operária e encaminhados ao TEA 12+ após atingirem a faixa etária.
"O autismo era um mundo que eu não conhecia, mas foi durante o relato de uma mãe na televisão que percebi que meus filhos faziam as mesmas coisas. Mudei de pediatra e com isso veio o início das investigações até fechar o diagnóstico”, relatou Jôse Nogueira.
“Eu sou mãe solo e não tenho como custear, então tem que ser tudo público. Eu estou amando, do fundo do meu coração, pois tanto lá no CER, como aqui, o atendimento é nota 10. Parece que você está em um hospital particular", frisou.
CER Olho d'Água
O CER Olho d'Água é referência em reabilitação física, intelectual e visual, bem como na assistência ao autismo com análise do comportamento em pacientes de até 12 anos. Na sexta-feira (1º), em alusão ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado domingo (3), crianças assistidas no serviço participaram de um passeio para Equoterapia, no Quartel da Policia Militar do Maranhão, em São Luís.
“Nesse modelo de terapia se trabalha muito a sensibilização, socialização, assim como a questão postural do paciente. Com as crianças hipersensíveis, a Equoterapia auxilia no equilíbrio”, afirmou o coordenador da equipe multiprofissional do CER Olho d’Água, Francisco Oliveira.
O filho de Cassandra Moraes, Adam Joseph, de 7 anos, é um dos beneficiados por essa metodologia terapêutica. “O meu filho faz o acompanhamento no modo intensivo e isso tem contribuído para a independência dele. Além disso, ele tem se tornado uma criança mais tolerante, sociável, além de se adaptar mais rapidamente aos ambientes, características que é o que visamos mais para ele no futuro quando for adulto”, compartilhou.
A terapeuta ocupacional do Serviço Especializado à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), equipamento ligado ao CER Olho d'Água, Luciana Alencar, destacou a importância de um acompanhamento que promova autonomia e segurança.
“Não apenas com os pacientes adultos e idosos, mas principalmente as crianças, a intenção é que elas consigam se acomodar melhor nos mais diversos ambientes, elevar suas habilidades”. E completou: “Melhorar o contato visual, transpondo os muros da clínica e conviver de forma harmoniosa”, detalhou a terapeuta.
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