
Com a chegada de dezembro, muitas pessoas percebem um aumento das demandas emocionais. Profissionais da Saúde Mental confirmam que a procura por atendimento cresce nessa época, marcada pela chamada “dezembrite” ou “síndrome do fim do ano”. Apesar de não ser um termo científico, a condição pode acometer qualquer pessoa. O psiquiatra Helder Gomes, do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), explica que os balanços pessoais típicos desse período podem despertar sentimentos mais intensos.
“É comum que o ser humano dê mais peso aos pontos negativos da própria vida. Na retrospectiva, aquilo que não conseguimos realizar pode ganhar destaque, especialmente em um período de pressão e sobrecarga. Muitas vezes sentimos que tudo precisa ser resolvido até 31 de dezembro, mas isso nem sempre é possível”, afirma.
Segundo o especialista, o fim do ano costuma ser um gatilho de frustração. Quando percebemos que metas não foram cumpridas, surgem sentimentos de incapacidade, autocobrança e arrependimento. A rotina típica de dezembro, marcada por confraternizações, viagens, trânsito intenso, gastos elevados e muitos compromissos, também pode intensificar o estresse e a ansiedade.
Helder Gomes observa ainda que reencontros familiares podem reativar conflitos antigos. “Para quem já está cansado, dezembro pode parecer uma maratona de eventos, e nem sempre conseguimos estar presentes em todos”, pontua.
O aumento nos gastos também contribui para o desgaste emocional. As despesas extras de dezembro e janeiro podem gerar preocupação financeira e sentimentos como tristeza, ansiedade e irritabilidade. “Como seres humanos, nem sempre conseguimos dar conta de tudo”, acrescenta o psiquiatra. O período também é especialmente sensível para pessoas enlutadas, já que as festividades podem acentuar a ausência de entes queridos.
Diante desse cenário, o psiquiatra orienta algumas estratégias para preservar a saúde mental:

• Estabelecer limites e não se obrigar a participar de todos os eventos;
• Organizar prioridades e focar no que realmente importa;
• Ajustar expectativas e abandonar a ideia de um “dezembro perfeito”;
• Manter hábitos essenciais, como sono adequado e pausas na rotina;
• Reservar momentos de tranquilidade e descanso;
• Conversar sobre sentimentos com pessoas de confiança ou profissionais;
• Evitar comparações com a vida “idealizada” das redes sociais;
• Praticar autocuidado emocional por meio de pequenas atividades de bem-estar.
Helder Gomes reforça a importância de buscar ajuda quando surgem sinais de alerta, como tristeza persistente, crises frequentes de ansiedade, perda de energia ou prazer, dificuldade em realizar tarefas básicas, conflitos familiares que afetam o bem-estar, insônia intensa, alterações no apetite, sensação de esgotamento e pensamentos de desesperança.
“Buscar ajuda profissional antes que o sofrimento avance é um ato de responsabilidade consigo mesmo. No HSM, temos plantão psicológico e emergência funcionando 24 horas. Além disso, é importante fortalecer vínculos com familiares e amigos, praticar atividades físicas, dormir bem e manter uma alimentação equilibrada”, orienta.
O Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM) oferece emergência psiquiátrica 24 horas por dia, todos os dias da semana, para acolhimento de casos de crise intensa. Procurar ajuda não é sinal de fraqueza — é um gesto de coragem e cuidado consigo mesmo.
Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM)
Rua Vicente Nobre de Macedo, s/n – Messejana
Telefone: (85) 3125-9088 (PABX)
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