
Com o objetivo de ampliar as ações para o fortalecimento da parentalidade nos municípios cearenses, a Secretaria da Educação (Seduc) lançou o Padin Mais, uma extensão do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Infantil (Padin). A iniciativa tem como base a realização de visitas domiciliares, feitas por profissionais habilitados, no intuito de promover a consolidação de vínculos familiares, por meio do desenvolvimento das competências parentais. A solenidade de apresentação do Padin Mais foi realizada na última quarta-feira (12), em Fortaleza. Na sequência, foi iniciada a formação do Módulo I, que durou até quinta-feira (13), e teve como participantes 16 supervisores, 160 Agentes de Desenvolvimento Infantil (ADIs) e sete técnicos das Regionais 1, 2, 6, 12, 16, 18 e 19.
O público-alvo do atendimento do Padin Mais são famílias em condições de vulnerabilidade social, que tenham crianças na faixa etária de 6 a 12 anos de idade, matriculadas na rede de ensino regular, para o estabelecimento de relacionamentos saudáveis entre mães/pais/cuidadores, filhos e escola. Um dos principais propósitos da ação é mitigar o risco de envolvimento futuro das crianças com atividades relacionadas à violência, contribuindo para o desenvolvimento integral das mesmas e estimulando ambientes acolhedores.

O Padin Mais ocorre por meio da Coordenadoria de Educação e Promoção Social da Seduc (Coeps), em parceria com o Programa Integrado de Prevenção e Redução da Violência do Governo do Ceará (PReVio), que atua na qualificação das estratégias governamentais voltadas à prevenção social e à segurança pública.
Os programas de parentalidade positiva da Coeps, que também abrangem o “Crescer Aprendendo” e o “Família +”, estão presentes nos 184 municípios cearenses, por meio do regime de colaboração. Agora, o Padin Mais será implementado nos dez municípios mais populosos do estado: Fortaleza, Caucaia, Maranguape, Maracanaú, Itapipoca, Sobral, Quixadá, Iguatu, Crato e Juazeiro do Norte. Ao todo, 1.600 famílias serão contempladas pela ação.

A secretária executiva de Cooperação com os Municípios da Seduc, Emanuelle Grace, destaca a importância do regime de colaboração cearense e o papel do Padin Mais na continuidade dos avanços da educação pública.
“O regime de colaboração entre estado e municípios é um dos grandes responsáveis pelas conquistas da educação pública cearense. Estarmos aqui hoje, fortalecendo esse processo, dialogando com os municípios e pensando caminhos para a execução do Padin Mais, impactará positivamente o desenvolvimento das crianças de 6 a 12 anos, reduzindo vulnerabilidades e fortalecendo as relações entre família e escola. Os desafios aumentam à medida que a idade também avança. Assim, oferecemos suporte aos municípios para que, juntos, possamos superar adversidades, À medida que formos conquistando nossos objetivos, poderemos expandir as ações e reorganizar a estrutura do programa”, explica.

A professora Sandra Soeiro, consultora do Padin Mais e responsável pela formação e elaboração do material de apoio do programa, revela que o conteúdo foi cuidadosamente planejado para orientar as ações e fortalecer o trabalho junto às famílias.
“O material traz as ações que deverão ser promovidas pelos ADIs e pelos supervisores em seus territórios, além dos marcos teóricos. As atividades envolvem visitas domiciliares e encontros familiares comunitários, realizados bimestralmente em parceria com a comunidade local. A primeira visita inclui uma entrevista diagnóstica sociodemográfica, que ajuda a entender o contexto de vida das pessoas para, a partir disso, construir um plano de ação. Nas conversas seguintes, serão abordados temas como vínculo, pertencimento e construção familiar. Também sugerimos atividades diversas — desde brincadeiras até programações culturais online — para que as famílias possam ampliar seu repertório de mundo. A ideia é que as visitas ocorram a cada 15 dias, aproximadamente, possibilitando que o ADI acompanhe, pelo menos, 10 famílias por mês”, detalha.

Ao abordar a ampliação das ações do programa, Aparecida Prado, coordenadora de Educação e Promoção Social da Seduc, salienta que o Padin Mais vem complementar e expandir o trabalho já realizado com famílias do Programa Padin original, fortalecendo o cuidado com as crianças em diferentes fases da infância.
“O Padin já existe em 48 municípios cearenses e atende famílias com pelo menos uma criança de 0 a 3 anos e 11 meses. O Padin Mais, por sua vez, vai abranger famílias com crianças na faixa dos 6 aos 12 anos, que já estão na unidade escolar. Os 10 municípios que fazem parte do programa estão sob a abrangência do PReVio. Quando falamos em prevenir a violência, estamos nos referindo, na verdade, às violências — tanto a externa quanto a interna, no âmbito familiar”, indica.

O coordenador executivo do PReVio, Avilton Júnior, ressalta a relevância do projeto por atuar em uma faixa etária diferenciada, que representa a transição entre a infância e a adolescência.
“Esse projeto tem uma importância imensa, porque trabalha o cuidado e a atenção com crianças de 6 a 12 anos — um público bastante sensível, que está em um momento de construção e evolução. É uma fase transitória, em que as crianças saem da infância e começam a entrar na adolescência, e por isso precisam de mais acompanhamento. O programa foi desenhado para ser integrado ao Programa de Prevenção à Violência, com foco no fortalecimento das relações parentais. O objetivo é garantir as melhores condições de atenção a essas crianças, ajudando-as a romper ciclos de violência familiar e comunitária”, observa.

A supervisora do Padin Mais no município de Crato, Amanda Silva, revela que a expectativa em relação à iniciativa é “grandiosa”. “Estamos altamente confiantes de que vai dar certo. O Padin Mais, como a própria logo do programa sugere, veio para abraçar as famílias que estão em situação de vulnerabilidade. Esta ampliação, além de fazer com que os familiares se aproximem mais dos seus filhos, também promoverá o acompanhamento individual no processo de ensino e aprendizagem dentro da unidade escolar. O vínculo entre esses três entes – pais, crianças e escolas -, além de ‘abraçar’ a criança que está em situação de vulnerabilidade, vai trazer a oportunidade de ela melhorar o aprendizado e a frequência escolar”, projeta.

Edna Lima, coordenadora do Ensino Fundamental – Anos Iniciais da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Fortaleza, reforça o papel do programa no enfrentamento das desigualdades e na promoção do cuidado integral à infância.
“Fortaleza é um município imenso, e o programa vem para colaborar com os desafios que a rede tem, fortalecendo ações já desenvolvidas nos territórios. Chegar também às crianças de 6 a 12 anos vai propiciar um olhar muito mais cuidadoso, para que estejam acolhidas, observadas e cada vez menos expostas às vulnerabilidades sociais. O mesmo vale para suas famílias. Queremos que elas assumam responsabilidades, mas reconhecendo que precisam de suporte, apoio e orientação”, pondera.

Karolai Barbosa e Diego Sousa, que atuarão como ADIs em Itapipoca, enfatizaram o quanto o Padin Mais representa comprometimento com o cuidado.
“O projeto olha, na prática, a vivência dessas crianças e reforça a importância de acolher. Participar dele é uma oportunidade única. A expectativa está a mil: queremos muito visitar e conhecer as famílias, entender suas rotinas e realidades para atuar da melhor forma possível. A formação tem sido rica em informações e aprendizados sobre como lidar com as crianças e suas famílias. Estamos ampliando conhecimentos para atuar com responsabilidade nesta área que envolve vínculo, escuta e educação”, consideram os agentes.
Com a iniciativa, a Seduc reforça o compromisso de promover a parentalidade e fortalecer os vínculos familiares em todo o estado, contando com a colaboração de parceiros para expandir a atuação para todos os 184 municípios cearenses e garantir um futuro mais seguro e saudável para todas as crianças.
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