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CPI do Crime Organizado vai ouvir ministros, governadores e especialistas

Senadores querem traçar diagnóstico sobre facções e milícias no país em até 120 dias.

05/11/2025 às 09h24
Por: Amanda Lafayette Fonte: Agência Brasil
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Foto: Reprodução/Andressa Anholete/Agência Senado
Foto: Reprodução/Andressa Anholete/Agência Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, instalada nesta terça-feira (4) no Senado, aprovou convites para dois ministros de Estado, 11 governadores, especialistas em segurança pública e chefes de órgãos de segurança comparecerem ao colegiado.

Os requerimentos foram apresentados pelo relator da comissão, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que também solicitou informações aos ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Defesa sobre o combate ao crime organizado.

Ministros e chefes de órgãos federais

Entre os primeiros nomes aprovados para depor estão o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o ministro da Defesa, José Múcio, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, e o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Corrêa, além de outros representantes de órgãos de segurança do governo federal.

A CPI terá 120 dias para apresentar um diagnóstico sobre o crime organizado no Brasil e propor medidas para combater facções e milícias. Também foi aprovado um pedido de urgência na tramitação de projetos de segurança pública que já passaram pelo Senado e aguardam análise na Câmara dos Deputados.

Governadores serão ouvidos

O relator Alessandro Vieira propôs ainda ouvir 11 governadores e seus secretários de Segurança Pública, escolhidos com base em indicadores do Ministério da Justiça e do Fórum Nacional de Segurança Pública.

“Requeiro que sejam convidados a comparecer a esta comissão, a fim de, em conjunto com a sua equipe técnica das áreas de inteligência, investigação e sistema prisional, apresentar sua visão sobre o crime organizado no Brasil e a sua experiência própria”, argumenta o relator.

Foram chamados representantes de estados considerados menos seguros — Amapá, Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas — e mais seguros — Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

Os governadores do Rio de Janeiro e de São Paulo também foram incluídos, “mas porque são base original das principais facções criminosas do Brasil”, explicou o senador.

Especialistas e jornalistas também participarão

A CPI aprovou ainda a convocação de especialistas em segurança pública e profissionais com “notória experiência” na área. Entre eles estão o promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, “pela larga experiência na questão relacionada ao PCC”; o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima; e os pesquisadores Joana da Costa Martins Monteiro e Leandro Piquet Carneiro.

O colegiado também quer ouvir profissionais da comunicação que trabalham com temas ligados ao crime, como os jornalistas Josmar Jozino (UOL), Rafael Soares (O Globo), Cecília Olliveira (Instituto Fogo Cruzado), Bruno Paes Manso (USP), Allan de Abreu (Revista Piauí) e Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Bope e consultor em segurança pública.


(Foto: Reprodução/Lula Marques/Agência Brasil)

Pedidos de informações

Por fim, a CPI aprovou pedidos de informações aos ministérios da Justiça e da Defesa sobre o controle de armas e relatórios de inteligência sobre facções e milícias.

“Nós falamos aqui várias vezes, ao longo dos últimos 7 anos, da dificuldade que nós temos para identificar e rastrear armas de fogo e munições no Brasil”, disse Alessandro Vieira, ao justificar os pedidos de informações.

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