O cenário de preços recordes do café e spreads atrativos para Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) tem ampliado o interesse de investidores e impulsionado cooperativas a captar recursos no mercado financeiro. Em 2025, Cooxupé e Expocacer somaram R$ 875 milhões em emissões de CRAs, reforçando a confiança no setor.
A Cooxupé, maior cooperativa de café do Brasil, foi responsável por R$ 625 milhões desse valor, em sua terceira emissão coordenada pelo banco Safra e com assessoria jurídica do escritório Santos Neto. A operação foi estruturada em quatro séries, com remunerações que variam entre 14,42% ao ano e 107,5% do CDI, além de uma série atrelada à variação cambial mais 5,8%. Os vencimentos vão de 2030 a 2032.
Segundo Mônica Lis da Silva, gerente de captações da Cooxupé, a cooperativa tem conquistado melhores condições a cada emissão, fortalecendo sua imagem no mercado. Os recursos serão usados para capital de giro e substituição de dívidas mais caras. Em 2024, a Cooxupé faturou R$ 10,7 bilhões, crescimento de 67% em relação ao ano anterior.
A Expocacer, cooperativa dos cafeicultores do Cerrado, também protocolou uma emissão de R$ 250 milhões na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A captação será feita em uma única tranche, com spread de 3% sobre o CDI e vencimento em novembro de 2030. Os recursos serão aplicados na produção e comercialização de café.
Especialistas avaliam que operações como essas ajudam a reduzir o déficit anual de R$ 50 bilhões em funding no setor cafeeiro. Para Gustavo Foz, da fintech Culttivo, as cooperativas vêm se profissionalizando e ganhando credibilidade junto aos investidores. Já Fernando Maximiliano, da StoneX, projeta uma safra promissora, favorecida por boas condições climáticas e previsão de chuvas nas próximas semanas.
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