
A ISO 15017, norma técnica europeia voltada à organização e execução de serviços funerários, tem ganhado atenção crescente entre empresas brasileiras do setor. Desenvolvida com o objetivo de garantir práticas éticas, transparentes e em conformidade com a legislação, a certificação propõe parâmetros rigorosos que visam preservar a dignidade das famílias em momentos de luto. No Brasil, no entanto, a adesão ao modelo ainda parece limitada.
Segundo Vinicius Chaves de Mello, CEO do Grupo Riopae, mais de 90% das empresas funerárias brasileiras não atendem sequer aos requisitos mais básicos da norma, que envolvem desde organização administrativa até critérios técnicos de higiene, rastreabilidade e transparência. "Ainda existem iniciativas isoladas de profissionalização, mas como movimento consolidado o país precisa avançar bastante", afirma.
Para ele, embora distante, o modelo representa uma oportunidade estratégica de reposicionamento do setor em linha com padrões internacionais, já que a norma estabelece diretrizes que abrangem desde a qualidade do serviço até a gestão de reclamações, passando por infraestrutura adequada, formação contínua das equipes e padronização de procedimentos.
"A ISO também enfatiza o respeito e a dignidade no atendimento às famílias, colocando o cuidado humano como elemento central", reforça.
Na avaliação do executivo, o maior obstáculo à adoção da norma no Brasil é cultural. "Muitas empresas ainda enxergam o serviç o funerário apenas como obrigação, quando, na verdade, ele exige rigor técnico, gestão da qualidade e acolhimento humano", explica.
Além disso, Mello observa que há desafios estruturais, como a necessidade de investimentos em infraestrutura, protocolos documentados e sistemas de rastreabilidade. "A qualificação das equipes também é essencial, pois deve ir além do treinamento operacional e envolver uma mudança de mentalidade", acrescenta.
A certificação, segundo o CEO, também pode impactar diretamente a confiança do consumidor e a imagem das empresas. "Para as famílias, representa segurança, credibilidade e respeito em um momento de dor. Para as empresas, é a chance de se diferenciarem e mostrarem que estão alinhadas aos padrões internacionais", diz. Ele destaca que a norma não se limita a um selo técnico, mas sinaliza compromisso com valores que transcendem a obrigação contratual.
Embora o Brasil não possua uma norma nacional equivalente à ISO 15017, existem diretrizes fragmentadas que variam entre estados e municípios, o que dificulta a padronização das práticas. Nesse contexto, a norma europeia surge como uma referência global capaz de nivelar exigências e promover consistência no setor.
"Em vez de substituir as recomendações nacionais, ela eleva o patamar de exigências, ajudando o mercado a dialogar com as melhores práticas internacionais", observa.
Para atender a esses parâmetros, Mello destaca que o Grupo Riopae já iniciou um processo de alinhamento à ISO 15017, transformando a pauta em prioridade estratégica. Entre as medidas adotadas estão a criação de manuais da qualidade, políticas de ética, procedimentos operacionais padronizados (POPs) e auditorias internas reforçadas. A empresa também investe em capacitação contínua das equipes e em controles que garantem a rastreabilidade dos serviços. "Nosso objetivo é ser a primeira grande referência brasileira em alinhamento à norma europeia, liderando pelo exemplo", afirma.
Para o executivo, discutir a norma no Brasil é uma necessidade. "Estamos diante de um momento ímpar, e quem se antecipar à adoção desses padrões internacionais terá mais competitividade, credibilidade e sustentabilidade. No fim das contas, o que está em jogo é a forma como tratamos a dignidade humana nos momentos mais delicados", conclui.
Para saber mais, basta acessar: https://www.riopae.com.br/home
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